domingo, 19 de novembro de 2006

O acordo Fla/Kia e uma variação da fábula "A tartaruga e o escorpião"


- Deixa, vai? - diz ele, o clima de namoro esquentando.

Ela, embora envolvida pelo charme do ricaço, responde com convicção.

- Não, não, nem pensar.
- Deixa, rapidinho, não vai doer.
- Não, sem essa conversa.
- Deixa aí...
- Não, não e não - exclamou ela, irredutível.
- Vai, deixa. Só a cabecinha, só a cabecinha, juro, você vai gostar.
- Mesmo?
- Só a cabecinha, você vai gostar.
- ...
- Pode deixar, é só a cabecinha e eu saio.
- Não vai doer?
- Fica tranquila, não vai machucar.
- Não vai me abandonar depois?
- Não, nunca. Serei sempre seu.
- Mesmo?
- Aham. Vou te dar tudo o que você quiser, tudo.
- Vai devagar mesmo e tira logo?
- Sério, na boa, pode confiar.
- Hum...
- Na boa, confie em mim, não vai te acontecer mal nenhum.
- Então tá, vai com cuidado, tá. Só a cabecinha, jura?
- Juro!

De início foi só a cabecinha. Mas depois, ele não pensou muito. Meteu tudo, impiedosamente. Gritos de dor.

Minutos depois, choro gemido e contínuo.

- O que foi, não gostou?
- O que você fez comigo?
- Eu só meti tudo.
- O que você fez comigo???!???!?!??!
- Ora, tava bom, arrombei logo.

Mais choro.

- Puta que o pariu, bem que todo mundo dizia que você não vale nada, que não dá para confiar em você. Prometeu e não cumpriu. Eu não ganhei nada com isso. Não disse que era só a cabecinha?

- Desculpe, mas é da minha natureza. Pinto não tem ombro.

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