terça-feira, 21 de novembro de 2006


HAY KIA, SOY CONTRA

Vendendo a Alma

Minha posição é muito clara sobre este namoro entre o Flamengo (na verdade, entre Kléber Leite) e Kia Joorabchian, o "investidor" iraniano...

CONTRA, ABSOLUTAMENTE CONTRA.

Assinar com ele significa vender o Flamengo a um sujeito com uma biografia (pra dizer o mínimo) duvidosa e suspeita. A idéia de procurar estes nebulosos "investidores", sejam israelenses, indianos, iranianos, russos, turcos, me cheira a flertar com máfias e submundos pouco recomendáveis.

Sei que muitos parecem ficar empolgados, pois, assim, teríamos um patrocínio que nos permitiria trazer grandes contratações. O Corinthians associou-se ao Kia e foi campeão brasileiro (com uma boa dose de ajuda da CBF e dos Edílsons, mas, isso não vem ao caso) , não é verdade? É verdade. Mas aí, o Kia foi embora, deixando para trás um estado de caos generalizado e um time quase rebaixado.

Os grandes times brasileiros são formados basicamente de duas formas: ou se consegue muito dinheiro para fazer grandes contratações e montar um super-elenco, ou se faz-se um imvestimento maciço nas divisões de base e cria-se um time forte com pratas-da-casa.

Contratar supertimes nunca funcionou no Flamengo, não sei bem o motivo, mas o fato é que jamais demos sorte nisso. Sempre tivemos nossos grandes times baseados em jogadores saídos do juniores, acrescentados de alguns veteranos e contratações de pouco nome. Foi assim em 1977-78, quando mantivemos uma base de jogadores feitos em casa juntando dois veteranos Raul e Carpeggiani, quase aposentados, e um jogador novo porém já visto como bichado ou sem futuro, Cláudio Adão. Começou assim uma era de ouro que durou até 1983, quando o êxodo para a Europa começou o desmonte. Chegamos aos brasileiros de 87 e 92 com times basicamente feitos em casa.

O time atual é fraco? É, é fraco. Poderia ganhar uma Libertadores? Acho que poderia... hoje o futebol anda tão sem lógica e nivelado, que até mesmo o time fraco que nós tempos poderia se superar num mata-mata e chegar ao título. Até porque atualmente a Libertadores anda muito fraquinha, o título sempre acaba decidido entre os brasileiros, a dupla Boca/River e um time mexicano (valendo-se do fator altitude).

Não tenhum otimismo para um futuro Fla-Kia. A imprensa começaria a badalar a tal Selemengo, o que por si só já gera uma urucubaca terrível, vide 1995, 1998, 2001. Ao contrário de São Paulo, onde o Corinthians é a maior torcida, e tem a maioria da imprensa, aqui no Rio, somos minoria nos grandes nomes da imprensa, assim sofreríamos uma grande campanha contra. Não me surpreenderá se em poucos meses de Fla-Kia, o sujeito acabar sendo preso e deportados, com todas as suas operações minuciosamente investigadas. Não contaremos com a proteção que com Corinthians teve.

Temos que manter a nossa base (ainda que fraca) e reforçá-la com jogadores experientes e dedicados, e alguns reforços medianos, seja do exterior, seja daqui, mas que corrijam as falhas do time. Sugerir nomes é difícil, dada a maldição que paira sobre contratações rubro-negras, especialmente no ataque. Contratamos Dimba, o recordista, o sujeito quase não fez gol, Luizão, viveu na enfermaria, Sávio, jogou um pouco, e contundiu-se, Ramíres começou bem, mas Obina estava gordo. Obina melhorou, aí o Ramírez piorou. É uma urucubaca violenta.

É triste ver um Flamengo freguês de times como Figueirense e Ponte Preta, ver um Flamengo incapaz de vencer times rebaixados, ver um Flamengo sem vocação para o gol. E ver dirigentes, que em vez de trabalharem com afinco para solucionar os problemas do time, saltam correndo nos braços do primeiro investidor suspeito que encontram pela frente.

Para 2007 conseguimos uma surpreendente classificação para a Libertadores, mas parece que os dirigentes já estão doidinhos para estragar tudo.

Flamengo Net

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