sexta-feira, 17 de novembro de 2006

MSI e Flamengo: novos nomes, velhos vícios.

Não escrevo neste espaço há tempos. Preguiça, falta de imaginação e muitos afazeres. Falha minha, mas nunca é tarde para se redimir, em especial diante das questões que se apresentam para todos nós, torcedores militantes e opinativos. Dentre essas, o acordo MSI é o que vem provocando maior polêmica aqui, como se pode ver pelos posts logo abaixo.

Não tenho nada contra jogadores "desagregadores", nem contra argentinos. Todos são bons talentos, ou alguém aqui realmente acha que é melhor ter um Luizão do que um Tévez? Mas o ponto é mais complicado, e passa pela concepção que o Flamengo alimenta de "gestão de futebol". Explico-me: vivemos, em meados dos anos 90, uma política "espetacular", baseada em mega contratações, cifras milionárias e passagens relâmpagos de craques pela Gávea. O saldo, todos conhecemos. Mas parece que isso não foi aprendido ainda. O problema não é jogador x ou y, mas a incapacidade das contratações serem pensadas dentro de um planejamento de longo prazo. Assim, estrelas vêm e vão sem muita lógica, numa gestão que oscila ao sabor do mercado do futebol e das possibilidades de transações com a Europa. Assim, ao invés de pensarmos primeiro nos objetivos do ano, e no tipo de elenco que isso exigiria, vamos nos movimentado à deriva, incapazes de olharmos para um horizonte maior do que seis meses. Assim, fica difícil.

A parceria MSI-Corinthians foi saudada por muitos como exemplo de modernidade e ousadia. Deu um Brasileiro ao clube, em circunstâncias fortuitas (cancelamento de jogos) e sob algumas suspeitas. Mas qual o saldo que legou aos paulistas? Desorganização administrativa, indefinição sobre comando, falsas promessas de equalização de dívidas e construção de estádio. Um time sem credibilidade, e um clube que hoje é avenida para o desfile de agentes da Polícia Federal. É isso que queremos para o Flamengo? Não creio.

Diz-se que a parceria não seria administrativa, mas implicaria apenas o uso do clube como balcão para os jogadores MSI. Mesmo assim, continuamos presos à lógica da falta de planejamento, que confunde ousadia com voluntarismo, e megalomania com ambição. Os piores vícios dos últimos tempos, agravados pela crise financeira atual e pelo problema salarial (segundo consta, o Flamengo arcaria com os salários). Sai ISL, entra MSI. Por enquanto, acho melhor não suspendermos a desconfiança.



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