segunda-feira, 4 de abril de 2005

OUTONO
Ontem o comentarista Paulo Vinícius, no programa de esportes da ESPB Brasil, após as rodadas dos campeonatos estaduais, durante o bloco sobre o FlaXFlu, me surpreendeu com uma afirmação inesperada ( pelo menos para mim ): disse que o Flamengo não é nenhuma maravilha nem tem time para disputar o título do brasileiro, mas é uma equipe melhor que a que sofreu para não cair ano passado e que deve ficar nas posições intermediárias da tabela este ano.
A minha impressão até aqui é exatamente oposta, mas fico me policiando para não ser mais realista que o rei. Se a análise for puramente comparativa, jogador por jogador, eu não consigo ser assim tão otimista. Há, no entanto, outros fatores ? o fator Cuca é um deles, o fator financeiro ( até aqui a gestão financeira do clube tem sido muito mais responsável e pé-no-chão do que a do ano passado ) é outro, o fato de não estarmos deslumbrados como em 2004 com a conquista do estadual e a final da Copa do Brasil é um terceiro fator.
Sei que depois de um chocolate como o de ontem é difícil raciocinar com frieza. Mas, consciente das limitações que a situação atual do clube impõe à diretoria e acreditando num trabalho de médio e longo prazos, que aliás é a única esperança que nos resta, me forço a confiar nessa opinião de um comentarista que, até aqui, vinha me parecendo estar até feliz com a crise interminável que o Flamengo vive. Se não parar no Obina, que aliás não me aumenta nem 1% a confiança no futuro ataque do time ( Deus queira que eu queime a língua ) e, principalmente, se se conseguir uma solução responsável e isenta para a interminável questão INSSXPetrobrásXFlamengo, além da materialização da Timemania ( que a mim me lembra aquela imagem da cenoura presa à vara que fica pendurada à frente do burro que puxa a carroça ), dá para sonhar um pouco, para daqui a dois ou três anos. Será sonho de uma noite de verão? Não, nós já estamos no outono. Que seja, pois, o outono do recolhimento para a reconstrução e renascimento.
PS: Zinho, realmente não merecia uma despedida como essa. Eu o convidaria a ficar, até poder sair de uma forma mais condizente com sua história e com sua contribuição ao Flamengo.

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