segunda-feira, 2 de agosto de 2004

O dever de lamentar
No momento em que completamos SETE JOGOS com apenas UM GOL marcado, paro e reflito: basta eu ou outro mal-humorado qualquer escrever sobre a triste situação pela qual passamos que logo aparecem críticas contra um suposto "desprezo" pelo clube. Creio que confundem a nossa indignção com alguma outra coisa.
Em primeiro lugar: não, eu não acredito que o Flamengo está "no mesmo nível dos outros". Porque, simplesmente porque, ainda não apareceu nenhum clube com um gol apenas em sete jogos. Se considerarmos que o gol contra o Criciúma foi marcado logo no início, pode-se imaginar que tarefa terrível é torcer por um time que faz dois gols apenas em oito jogos - e um deles é do Juliano.
Em segundo lugar: o fato de eu não acreditar que o Flamengo está "no mesmo nível dos demais" não significa que eu seja menos Flamengo do que ninguém. Como torcedor há 36 anos, tenho o direito de não concordar com essa campanha, tenho o direito de não querer que o meu time tenha uma performance tão pobre, tão ridícula. Uma campanha patética, lamentável.
Estarei com o meu Flamengo até no inferno - que é para onde estamos caminhando a cada rodada, aliás. Se cairmos, vou comprar ingresso para a Série B, vou comprar pacote de PPV, o diabo.
O que eu quero, meu Deus, é que a gente pelo menos busque um caminho. Quero que, se cairmos para a Série B, tenhamos time para voltar no ano seguinte.
O Flamengo corre um risco enorme, nunca tão grande como agora. Corre o risco de cair e não voltar no ano seguinte, nem no outro. Isso é muito sério. E se ficarmos apenas no discurso de "temos que apoiar e não reclamar" (francamente, isso é discurso de governo), poderá ser tarde demais para qualquer lamento.
Não, o Flamengo não pode cair. Por mais que isso esteja ficando cada vez mais difícil, não pode cair. O Flamengo é importante demais para milhões de brasileiros. Por favor, que os jogadores, grevistas ou não, salários atrasados ou não, que os dirigentes, na Disneylândia ou não, que todos se conscientizem: o Flamengo é uma Nação maior do que muitas nações centenárias. Temos um problema atual no PIB e no poderio militar (sem artilharia), mas ainda somos uma Nação, às vezes mais importante que o nosso próprio legado verde-amarelo.
VENÇAM. E DEPOIS, SE QUISEREM, FAÇAM GREVE, SAIAM DO CLUBE, VÃO À DISNEYLÂNDIA, PARA QUALQUER LUGAR QUE QUISEREM. SÓ NÃO FIQUEM NA HISTÓRIA DO FLAMENGO DO MODO MAIS TRÁGICO.

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