quinta-feira, 29 de março de 2012

Ronaldinho Gaúcho?

Nem vou dizer para puxarem pela memória que a "grande fase" dele no Milan era exatamente isso que faz hoje no Flamengo. Passes pro lado, uns toques de calcanhar, alguns raros lampejos contra Anconas, Cagliaris e La Moles.

Já no que valia mesmo, tipo um clássico contra a Inter ou um na Champions contra o Manchester United, ficava sumido, escondido naquele metro quadrado ali no lado esquerdo do campo.

Mas o povo pedia "convoque o Ronaldinho! Leve para a Copa" esquecendo que era o mesmo jogador que deveria ser "o cara" e nada fez na Alemanha em 2006, nada fez em Pequim, nas Olimpíadas de 2008, e nada fazia em lugar algum por clube algum há quatro anos.

Ronaldinho talvez seja o ex-melhor do mundo que mais decaiu. Todos os outros, até os exageros como Figo e Cannavaro, tiveram seus momentos depois, alguns até melhores do que quando foram eleitos, como Zidane, que passou a jogar muito mais depois de 98, e Rivaldo, que comeu a bola na Copa de 2002.

Ronaldinho não. Se o cabelo cresceu, o futebol diminui proporcionalmente. Esperava-se que ao menos jogando no futebol brasileiro ele pudesse brilhar, ser decisivo ou reencontrar a alegria perdida em algum lugar. Mas nem contra os patéticos adversários do Estadual ele brilhou perto do que deveria ou esperávamos. Muito pouco, mas MUITO POUCO, para quem tem um nome tão grande e importante no futebol mundial.

Vem a Libertadores e novamente esperamos que seja "o cara" pelo menos nessa competição. Claro, achamos que o fato de ser um torneio especial, um título inédito pro jogador, um caminho para tentar ganhar o Mundial que perdeu em 2006, pelo menos isso pudesse motivá-lo. Ledo engano. Pouquíssimos momentos.

O torcedor pode enumerar algumas boas jogadas e passes. Mas ao contrário do que pensa, isso não é um ponto positivo. Craque não é aquele que você conta nos dedos as boas jogadas. Esse é o jogador comum. Claro que Ronaldinho não precisa cobrar o escanteio e correr para cabecear, mas ficar escondido num canto escuro do gramado chega a ser vergonhoso para alguém com tanto marketing. E se torna um a menos no time, com um ou dois bons momentos num jogo. Viver daquela partida mágica contra o Santos não dá.

De bons momentos, o inferno de DVDs está cheio. Daqui a pouco colocam um do Ronaldinho lá. Jogador que saiu do Barcelona brigado com a torcida, cansada de suas aventuras noturnas, e em nível de idolatria abaixo de outros brasileiros que ganharam menos, mas jogaram mais, como Romário, Ronaldo e Rivaldo. No Milan não querem nem pintado de azul-grená versão Barcelona 2006. Se livraram de um peso de papel e o time voltou a ser campeão italiano logo após sua saída.

Pelo andar da carruagem, vai deixar o Flamengo como mais um na extensa lista de nomes que vieram, só viram e não venceram nada. Uma pena.

Flamengo Net

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