quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Orçamento apertado não justifica falta de ambição do Flamengo



Se o clube tem apenas dez milhões para trabalhar - embora seja curioso que os esportes olímpicos, com muito menos arrecadação, terão uma verba maior para 2012 - então que atinja suas metas com organização. O Flamengo sabia  - ou deveria saber - que teria menos dinheiro para trabalhar, mas começou a trabalhar tarde demais. Como sempre fez, especialmente na gestão Patrícia Amorim que há dois anos tem um péssimo timing para contratações.

Repare que em 2010, Deivid e Diogo foram inscritos não só no último dia de inscrições para reforços, mas também nos últimos minutos do último dia. Da mesma forma em 2011, enquanto a presidente se gabava de não precisar de patrocinadores a falta de dinheiro fez as contratações de Airton (estreou no meio do primeiro turno) e Alex Silva (só começou a jogar no fim do primeiro turno) demorar demais. Juntos, os dois poderiam ter garantidos alguns pontos que poderiam ter mudado a história do rubro-negro no oscilante ano de 2011.

Enquanto isso, perceba que o São Paulo negociou com o bom meia Cícero para trazê-lo apenas pelos salários, o Internacional começou a negociar com Dagoberto em setembro - que poderia ocupar o lugar de Thiago Neves pela metade dos salários - e o Santos trouxe Borges com parte dos salários pagos pelo Grêmio. E o Flamengo sequer é capaz de olhar para o futuro e perceber que já deveria ter assegurado um zagueiro ou atacante para 2012. Não adianta olhar para o mercado depois que o campeonato acaba e desrespeitar a lógica capitalista das comissões. Clubes com arrecadações menores começam a trabalhar antes e saem em vantagem.

Dirigentes do Flamengo podem exaltar a serenidade, a paciência ou a responsabilidade da gestão atual para justificar a sua mais completa falta de ambição e visão, às portas da Copa Santander Libertadores, mas a verdade é outra. Falta competência e visão para o Departamento de Futebol do Clube, terceirizado para um profissional com histórico medíocre em competições internacionais.

Vale lembrar: a profissionalização do futebol era bandeira da candidata Patrícia Amorim que entregou toda a organização em um triunvirato marcado pela passividade de Luiz Augusto Velloso, responsável por vender o futuro do clube nos anos 90 para outros clubes, Michel Levi, o vice de finanças que mais fala de futebol no Brasil, e Vanderlei Luxemburgo, que dispensa comentários.

Pode ser que falte dinheiro. Mas falta principalmente trabalho, competência e respeito pelos torcedores. Perto de 2012, o Flamengo vê os efeitos de 2010 ainda bem presentes.

Flamengo Net

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