quinta-feira, 28 de julho de 2011

TORCEDORES


Você se considera torcedor à toda prova, magnético ou se enquadra nessa categoria recém apresentada, de torcedor de conveniência? Ou acha essa discussão estéril e vazia e não a leva a sério? Ou, ainda, fica indignado com a tentativa de definir "castas" de torcedores do Flamengo, onde uns valem mais que outros?
Pois é, temos material para uma bela e longa discussão, certo? Eu confesso que não sei bem onde me enquadrar. Moro a mil quilômetros de distância do Rio, cidade onde não ponho os pés há pelo menos 10 anos. Na única oportunidade de ver o Flamengo jogar ao vivo, aqui na minha cidade ano passado, eu estava lá, uniformizado, assistindo a uma vitória contra o finado Grêmio Prudente, o que foi sem nunca ter sido. Em determinado momento resolvi me associar, sócio off-Rio é claro. Poderia ir além? Talvez, mas provavelmente não. Não estou com o burro na sombra nem tenho idade para aventuras heróicas e dispendiosas. E até já me aborreci com comentários que li aqui e ali sobre torcedores que reclamam, mas não ajudam.
Desde sempre, tenho pensado e, a partir de meu primeiro Post aqui na Flamengonet, lá pelos idos de 2004, escrito sobre a falta de competência de quem dirige o clube para capitalizar o potencial infinito de recursos em favor do Flamengo que sua torcida poderia proporcionar.
Confesso que, nenhuma vez, me ocorreu considerar que boa parte dos torcedores poderia ou deveria fazer mais, apesar da incompetência gerencial do clube.
Para ser bem sincero, na absoluta maioria do tempo meu entendimento é de que o Flamengo nada mais é do que um produto e sua torcida formada por consumidores. É um consumo meio apaixonado, talvez algo assim como motoristas que se enamoram de seus Porsches ou Ferraris, enólogos que tem sua marca preferida de vinho ou gourmets que elegem um determinado chef ou restaurante para chamar de seu.
Quando raciocino dessa forma, tendo a acreditar que a falta eventual de apoio da torcida nada mais é do que a resposta à falta de políticas e estratégias de marketing adequadas a nós, consumidores apaixonados de Flamengo. E quando vejo que coisas óbvias e simples, como a avaliação customizada de cada partida do time para definir as variáveis elementares do composto de marketing, como o preço ( valor do ingresso ) ou o canal de distribuição ( facilidade e comodidade na venda de ingressos ) não são sequer pensadas, a conclusão imediata é que não somos tão culpados assim, não somos tão maus torcedores como pareceria a princípio.
Mas como não acredito que esse grupo dirigente atual vai acordar de repente e se dar conta do quanto é amadora a administração das coisas mais elementares, entro em surtos e devaneios e me pego sonhando com ações desesperadas.
Imaginem se, por um absurdo qualquer, um executivo maluco assumisse a presidência da Coca Cola e resolvesse mudar o sabor desse produto-ícone para outra coisa diferente. Alguém acredita que não haveria um movimento de consumidores e de associações deles, para remover essa pessoa de sua posição e voltar ao status quo ante? Isso além da queda absolutamente drástica do consumo do produto, claro.
As tentativas de vários grupos de torcedores de se agruparem para tentarem interferir nessas coisas do Flamengo é que me parecem o melhor caminho para tentarmos mudar aquilo que parece estar se deteriorando irremediavelmente. E de que a apatia da torcida é apenas um dos sintomas. Minha única sugestão, novamente, é para que o máximo possível de torcedores com discernimento e capacidade de opinar se associe ( depois do jogo de ontem, que momento melhor para isso? ). Pode ser desde a categoria off Rio até a de proprietário. Todas dão direito a voto e cada uma cabe no bolso de um torcedor ou outro. Quando cada um tiver se associado, basta avisar e imediatamente algum desses grupos vai contatá-lo para tentar juntar mais forças para a tentativa democrática de mudar pelo voto aquilo que sabemos que não muda pela atitude atual.

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Esta semana me lembro de ter lido, nos comments de um POST, alguém dizendo que gostaria muito que o time ganhasse na Vila e que fosse uma vitória convincente, daquelas que fazem a auto-confiança explodir na equipe. Pois taí o que você queria. Todos nós nos sentimos assim, uns privilegiados, por termos tido a oportunidade de assistir à construção de uma obra prima, passo a passo, como se fossemos espectadores, por exemplo, de um Leonardo da Vinci, enquanto pintava sua Mona Lisa. Foi muito melhor do que a melhor das expectativas. E o time esteve tão senhor de si, desde o início, que não fiquei nervoso nem com o 3o. gol deles.
Aliás, concordo com uns poucos que fazem questão de ressaltar a pequena culpa dos zagueiros ontem. Eu, particularmente, não faço parte dos caçadores de Welington. Acho que ele tem tido culpa em alguns lances capitais, mas ainda acredito que ele tem potencial para, bem trabalhado e acompanhado de um zagueiro experiente e seguro ( AS? ), transformar-se num bom jogador, embora não um craque. E o Angelim, bom, nem o Gamarra no auge parava aquela jogada do Neymar. As defesas ontem estavam lá apenas como coadjuvantes do espetáculo.

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Duas coisas:
1) Não acho que o Elano foi displicente nem que bateu mal o pênalti que não foi pênalti. Acho que em 10 cobranças exatamente iguais, 9 entrariam, porque o Felipe pularia para um dos cantos. Só que aqui é o Flamengo, a Escola Superior da Arte dos Pênaltis e aí o Felipe intuiu, parou e pegou. Mérito dele e não demérito do Elano.
2) Não espero um grande jogo do R10 sábado. É contra o Grêmio e pode rolar algum constrangimento dele. Seria bom que outros jogadores se apresentassem para suprir uma eventual jornada menos inspirada dele. Posso estar enganado, mas acho que isso rolou com o Ibson ontem, mesmo que inconscientemente. O cara até se esforçou, mas a história acabou falando mais alto.

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