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MEA CULPA

Parece um contra-senso. O time evolui, novamente. As peças parecem se encaixar, finalmente. Não é pra qualquer um estar a 188 dias com apenas uma derrota e com três vitórias seguidas, a última contra um dos líderes do campeonato. As especulações sobre “boicote” de alguns jogadores ao técnico, parece que sumiram. Aos poucos, os contestados do plantel vão sendo encaminhados para outras paragens, o último foi o Vanderlei. Enfim, para o torcedor padrão do Flamengo, aquele que só se preocupa se o time ganhou ou perdeu, se está bem ou mal na tabela, estamos quase no Nirvana.
O diabo é que um bom punhado de rubro-negros, no qual me incluo, não consegue só enxergar por esse ângulo. Talvez sejamos mesmo uns pessimistas incorrigíveis ou perfeccionistas irrecuperáveis, aqueles que são constantemente acusados de só conseguirem enxergar o copo meio vazio. Vá lá, mea culpa, mea maxima culpa.
Estamos felizes, mas vigiando ainda. Não dá para simplesmente mandar para o arquivo morto, em função do bom momento do time, a ausência do patrocínio máster, a falta de explicação para o Balanço de 2011, os atrasos em tornar públicas as obras do CT, a crônica inadimplência quanto aos débitos federais e conseqüente inexistência de Certidão Negativa ou as idas e vindas sobre o título de 1987. Nem para ficar confiante com a permanência do Flamengo na vanguarda dos clubes, quando se vê a forma como o MSI e o SPFW vão tomando conta do noticiário, das transmissões, das verbas, dos projetos e da influência política enquanto nós ficamos discutindo o sexo dos anjos.
Não é uma questão de quem está certo e quem está errado. Aqueles que se contentam com as vitórias, sejam felizes, desfrutem e aproveitem o momento. Não cabe qualquer crítica ou censura a eles.
Alguns de nós vamos continuar divididos, ora alegres, ora muito preocupados.
Pensando bem, tem culpa nós?