terça-feira, 21 de junho de 2011

O ranking dos patrocínios em 2011
Por Vinicius Paiva

Anualmente, tenho por hábito atualizar o ranking de receitas de patrocínios entre os clubes brasileiros. Em tempos de fatiamento dos uniformes, esta tarefa vem se tornando cada vez mais árdua. Eis aí uma fotografia dos 12 maiores clubes brasileiros:

1) Corinthians – R$ 47,5 milhões
Hypermarcas – (R$ 38 milhões - máster, ombros e mangas) + Fisk (R$ 7,5 milhões – barra) + Tim (R$ 2 milhões – número)


2) São Paulo – aproximadamente R$ 40 milhões
BMG (R$ 25 milhões por 10 meses- máster) + Tim R$ (3 milhões – número) + Copagaz (não divulgado - barra) + Yázigi (não divulgado – mangas) + Ale (R$ 2 milhões – calção e ombro)


3) Palmeiras – aproximadamente R$ 30 milhões
Fiat (R$ 20 milhões – Máster) + Skill (não divulgado - barra) + Tim (R$ 2 milhões – número) + Unimed seguros (R$ 1,5 milhão – barra traseira e uniforme do treinador)

O Palmeiras terá ainda patrocínio do Banco BMG nas mangas pelos próximos dois anos. No entanto, este foi acordado apenas para quitar uma dívida do clube com o banco no valor de R$ 15 milhões.


4) Santos – R$ 25,5 milhões
BMG (R$ 15 milhões – máster) + Netshoes (R$ 5,5 milhões – mangas) + Seara (R$ 3 milhões – ombros) + CSU CardSystem (R$ 2 milhões – número)


5) Vasco – R$ 23 milhões
Eletrobras (R$ 14 milhões - master) + BMG (R$ 5 milhões – manga) + Ale (R$ 4 milhões – ombros)


6) Botafogo – aproximadamente R$ 17 milhões
João Fortes Engenharia (R$ 12 milhões – máster) + Guarativon (aprox. R$ 3 milhões – barra e short) + Havoline (aprox. R$ 2 milhões até o fim de 2011 – mangas)


7) Cruzeiro – R$ 15 milhões
BMG (R$ 12 milhões – máster)+ Netshoes (R$ 3 milhões – mangas)

8) Grêmio e Inter – aproximadamente R$ 11 milhões
Banrisul (R$ 7 milhões – máster) + Tramontina (não divulgado – mangas) + Tim (não divulgado – número) + Unimed (não divulgado - barra)

10) Flamengo – R$ 10,5 milhões
BMG (R$ 8,5 milhões – mangas) + Tim (R$ 2 milhões – número)


11) Atlético-MG – R$ 10 milhões
BMG (R$ 10 milhões – máster)


Fonte: pesquisas do autor (publicações diversas)


Observações:


1) Os valores contemplam apenas patrocínio de camisa, excluindo acordos que contemplem apenas backdrops, camarotes ou propriedades em estádio. Valores pagos pelo fornecimento de material esportivo também não foram contabilizados, bem como patrocínios pontuais.


2) A maioria dos valores são anuais – com as exceções sendo ressaltadas em itálico. Patrocínios cujos valores não foram divulgados tiveram seu montante estimado de acordo com valores de mercado.


3) O Fluminense não foi incluído na lista pois seu patrocínio (Unimed) não segue ditames de mercado, constituindo estranha espécie de co-gestão.

A única vez que o Flamengo se encontrou tão mal colocado neste ranking foi quando o clube rompeu duradoura parceria com a Petrobras. Infelizmente em 2011, pode-se dizer que a patética 10ª colocação do rubro-negro não configura mais uma circunstância de momento. O Flamengo é o único grande clube da Série A sem um patrocínio-máster, e esta situação parece longe de ser modificada.


Inúmeras matérias dão conta que o Flamengo recebe no máximo propostas na casa dos R$ 15 milhões anuais. Neste padrão o clube igualaria o Santos na 4ª colocação – situação inconcebível até mesmo se considerarmos sua condição de finalista da Libertadores. Palmeiras e São Paulo jogaram a Copa do Brasil – assim como o Flamengo – e se encontram em patamar muito superior ao alvinegro praiano. Igualar o Corinthians – antiga obsessão - tornou-se devaneio.


A verdade é que se o Flamengo fechar um patrocínio–máster na casa dos R$ 15 milhões anuais, estará praticamente se igualando a mineiros e gaúchos – uma vez que os últimos se encontram em processo de renegociação. Para piorar, o Flamengo quase se equipararia ao Botafogo – time com torcida 4 vezes inferior no RJ, 10 vezes menor Brasil afora. O patamar de exposição proporcionado pelo Flamengo destoa assustadoramente de todos os clubes citados acima, tornando inaceitável que não venha a conseguir parceria proporcional ao que ele próprio oferece.


Outra questão a ser considerada é que diversos clubes – entre eles Corinthians, São Paulo e Botafogo – fecharam patrocínios bastante vantajosos ao longo dos últimos dois meses. Isto desintegra a enraizada argumentação de que “as empresas já teriam seus orçamentos fechados”, atrapalhando os negócios.


Por fim, e como também já foi dito, alguns clubes se encontram em pleno processo de negociação de parcerias. O contrato do São Paulo com o Banco BMG expira em julho. O mesmo se aplica aos gaúchos com o Banrisul. Em todos os casos, existe a certeza de que os valores atuais serão reajustados de modo bastante satisfatório a todos eles.


É sabido que o mercado de patrocínios esportivos vem enfrentando momento de readequação a um novo modelo. Hoje, todos os clubes se submetem ao fatiamento de suas propriedades para que possam elevar suas receitas a um padrão adequado. Como bem detalhou o repórter Vinicius Castro, do UOL Esporte, a indefinição de qual modelo seguir vem afastando investidores do Flamengo. Infelizmente, o clube é hoje o único a argumentar recusa pela “poluição do uniforme”.


Mentes obsoletas, clube obsoleto. O Flamengo teve apenas a quinta maior receita do futebol brasileiro em 2010. Como o ranking acima se refere a 2011, é fato que o clube despencará ainda mais na lista. Isto aprofunda o processo de apequenando daquela que deveria ser a maior instituição esportiva do país sob qualquer ponto de vista.

E-mails para a coluna: viniciusflanet@gmail.com


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