segunda-feira, 20 de junho de 2011

COLUNA DE SEGUNDA FEIRA
HERMÍNIO CORREA

Impressões de Flamengo 0x0 Botafogo, 5ª rodada - Campeonato Brasileiro 2011


Olá pessoal,


Chegamos a Quinta rodada do Brasileirão e o Flamengo desfaz toda a boa impressão deixada unicamente em sua estréia. Não apenas por não emplacar uma nova vitória, mas porque o futebol apresentado naquela partida mostra ter sido exceção em uma temporada totalmente atípica: apesar do título carioca e de ter sofrido uma única derrota em toda a temporada – o que acabou saindo caro, pois comprometeu a sequência na Copa do Brasil - o Flamengo não consegue demonstrar bom futebol.

E não foi diferente ontem no clássico contra o Botafogo.

Esse jogo tem o caráter especial da injustificável expulsão de Botinelli. O primeiro cartão, aos 10 minutos de jogo, fruto de uma falta feita para parar um contra-ataque criado por um passe errado dado, segundos antes, pelo próprio meia. Já o segundo cartão, aos 23, por simular uma falta dentro da área.

Mas não foi apenas a expulsão que apequenou o Flamengo visto em campo ontem. A postura da equipe, o recuo exagerado, fizeram com que o Flamengo não jogasse rigorosamente nada.

A crise técnica é mais ampla; Léo Moura e Jr. Cesar não aparecem pelas laterais para jogadas ofensivas, restritos – e ao que parece por opção do treinador - ao cuidado na marcação. Renato continua perdido em campo, atuando como volante o que definitivamente não é a sua. E Willians segue se desdobrando para criar – o que também não é a sua – e se apresentar na marcação de meio campo, o que já lhe valeu a primeira suspensão do campeonato.

Aliás, não é necessário ser mágico para esperar que essa seja a primeira de algumas suspensões de Willians ao longo da competição.

E o ataque é assunto que já se esgotou: Hora Wanderlei, hora Deivid, hora Diego Maurício e hora Ronaldinho Gaucho, que há alguns jogos, ou pelo menos parte deles, vem sendo utilizado como centro avante. Fato é que não funciona, e pior fica quando o meio campo é ineficiente na criação.

Com tantas deficiências juntas, fica difícil não colocar a responsabilidade na conta do treinador. Já se vão seis meses e Luxemburgo ainda busca uma maneira de jogo, que preserve em campo Ronaldinho, Botinelli e Thiago Neves.

Dos três, o único que indiscutivelmente merece ser titular é o camisa 7.

Dessa forma, o empate de ontem – e estendo a análise também ao empate contra o Atlético em Curitiba – acabam sendo resultados positivos pelas circunstâncias de cada uma das partidas, mas escondem problemas crônicos que precisam ser resolvidos.

Duas análises mais profundas, que a meu ver respondem na raiz esses últimos resultados, precisam ser feitas e antes que o campeonato seja perdido: A primeira delas é que Luxemburgo demonstra ter cada vez menos controle desse elenco em suas mãos, a ponto de não mais conseguir implantar uma forma de jogo que convença, mesmo com peças novas no elenco – e aqui cito o exemplo de Jr. Cesar que chegou, é titular e não acrescentou ainda a força esperada pela lateral esquerda.

E por último as contestáveis atuações de Ronaldinho Gaucho, que já faz por merecer um afastamento do elenco para um trabalho específico de fortalecimento e melhor condicionamento físico, além de uma repensada em sua real contribuição ao Flamengo.

Fato é que o Flamengo de hoje demonstra ser refém desses dois grandes nomes: Ronaldinho e Luxemburgo. Um e outro fazem com que as coisas do Flamengo, dentro e fora de campo, girem ao redor de ambos. E isso tem feito mal ao clube.

Da forma como as coisas caminham algo precisa ser mudado. Ou chegaremos ao final do campeonato invictos...

...e lutando para não cair. De novo.


Grande abraço, até segunda e Saudações Rubro Negras, sempre!

Flamengo Net

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