sábado, 28 de maio de 2011

HÁ DEZ ANOS ATRÁS ( пре десет година )

Estava eu com o coração batendo forte, já sentado no chão de tão ansioso, ao lado do meu irmão sentado na cama. Dedos cruzados. Olhos colados na TV.
"Será que desta vez o Vasco vai levar o título?", pensava eu.
Na derrota por 2x1 da semana anterior, o Flamengo dominara boa parte do jogo, mas acabou perdendo em duas bobeiras seguidas. Ainda me lembro da reportagem do Globo Esporte sobre o 1º jogo, mostrando a semelhança do gol de falta de Juninho Paulista com o gol de Rodrigo Mendes: era a revanche de 1999, sendo o todo-poderoso e milionário Vasco (com Romário, Viola, Juninhos, Euler, Eurico, banqueiros norte-americanos, empresários mexicanos e toda a patota endinheirada de Boca Raton) como o virtual campeão daquele ano. Mal sabiam que mais uma cobrança de falta histórica estava por vir...
A torcida vascaína, estranhamente em minoria no Maracanã, apesar da indiscutível vantagem que tinham, soltava um corinho tímido de "Vice é o CA****O!" de vez em quando. O Flamengo abre o marcador, o Vasco empata logo em seguida, dificultando as coisas. Num cruzamento primoroso de Petkovic, Edílson cabeceia para por o Flamengo na frente mais uma vez. O tempo corre implacavelmente contra os rubro-negros. Falta ainda um gol. O Vasco tem grandes jogadores, trazidos a peso de ouro, e aproveita os contrataques. Júlio César transforma-se numa barreira de cem braços, como os gigantes mitológicos. Mas ainda falta um golzinho.
Será?
Faltavam apenas dois minutos e mais uns descontos para os cruz-maltinos finalmente rirem por último...
Petkovic ajeita a bola: aquela sensação eletrizante de última chance no ar.
É agora ou nunca.
A bola parte, com uma curva sinuosa.
Minha primeira sensação é de bola fora.
Ameaço xingar. Aí percebo a bola quicando no fundo das redes. Jogadores correndo. A torcida pula. Eu pulo, meu irmão pula.
Os gritos e foguetório ecoam pelo paredão de prédios da Rua Andrade Neves, eu posso sentir, embora não tenha tempo para ouvir mais nada, para ver com clareza. O tempo parece congelar.
MEENGÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔ!!!!!!!! VIIIIIICE-DE-NOOOVOOO!!!!!!! MEENGÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Era o quarto Tricampeonato da história. Dejan Petkovic, nascido na distante Iugoslávia, atravessa o campo correndo, para se jogar de costas na grama e entrar para a história do Maior Time da Terra.
Parabéns ao sérvio mais famoso do Planeta Terra.Que curta sua primeira década de Imortalidade.
Em 2021, com certeza, cá estaremos para relembrar e comemorar os vinte anos.

Até 27 de maio de 2021...

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