sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

COLUNA DE SEXTA-FEIRA - André Monnerat

Flamengo vai bancando os times pequenos do Carioca

Como era óbvio, o Flamengo x Nova Iguaçu de quarta-feira teve a maior renda do Estadual deste ano até agora: foram quase R$920 mil. Descontando taxas, penhoras etc. etc., sobraram para o Flamengo pouco mais de R$250 mil. Se somarmos a esta quantia os R$900 mil do patrocínio da Visa e os números divulgados por aí sobre o contrato de Ronaldinho com o Flamengo estiverem corretos, apenas na noite de ontem o clube garantiu dinheiro suficiente para uns quatro ou cinco meses de salário de seu maior astro. Nada mal, certo?

Mas a conta fica melhor ainda para os adversários do Flamengo. O Nova Iguaçu faturou ontem quase o mesmo que o Flamengo do total da renda no Engenhão. Sem nenhuma penhora comendo parte de sua receita, o time da Baixada arrecadou R$228.514,46. Como divulgou-se por aí que a folha de pagamentos com o time profissional não passa de R$60 mil por mês, conclui-se que apenas a renda de ontem bancou todos os salários do Nova Iguaçu ao longo do campeonato. O que vier agora é lucro.

Não sei se teremos outros jogos com lotação esgotada no Engenhão contra times pequenos neste campeonato. Mas os ingressos para o próximo jogo, contra o Boavista, em Macaé, já foram todos vendidos - como havia acontecido também na última partida por lá, contra o Americano. Naquele jogo, o time de Campos levou pra casa R$44 mil; como a renda deverá ser quase a mesma, deve ser isso que entrará na conta do Boavista. Provavelmente, terão garantido com o jogo quase um mês de salário do time inteiro. Os dirigentes de todos os outros adversários do Flamengo devem estar esfregando as mãos e torcendo para que a fase rubro-negra continue a melhor possível até chegar a sua vez de encher os bolsos.


Este é o Flamengo, trem-pagador deste campeonato.


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Com as penhoras, o Flamengo deixou de ganhar ontem R$85.692,92 - quase 25% da cota a que teria direito da renda. Mais ou menos a mesma percentagem de penhoras que teve sobre a renda do jogo contra o Americano, em Macaé, quando deixou de receber cerca de R$16,5 mil.


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Luxemburgo andou reclamando bastante do Engenhão após o jogo de quarta. Não apenas do gramado, mas também da localização, do transporte, enfim, de tudo. Acredita que o Flamengo "será sempre visitante" no estádio, acha que o clube terá dificuldade para ter outros jogos lotados por lá e reclama que deveriam ter se preparado melhor para a ausência do Maracanã.

É claro que o Flamengo deveria ter se preparado melhor para a situação - e não foi por falta de aviso. Mas chorar sobre o leite derramado agora não adianta e o discurso de Luxemburgo não ajuda muito a atrair torcedores para o Engenhão. Pensar em Macaé ou Volta Redonda como casa para o time ao longo da temporada não é razoável; o estádio do Botafogo é hoje a melhor opção e o Flamengo não vai conseguir levantar outra melhor de uma hora pra outra agora. Se o treinador tem restrições ao estádio - e quase todo mudno tem -, que procure a diretoria e ajude a pensar em uma escolha melhor para mandar os jogos do Flamengo. Não vai ser fácil.


- ANDRÉ MONNERAT escreve também no SobreFlamengo (www.sobreflamengo.com.br e twitter.com/sobreflamengo)

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