quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Macaé ou VR – as opções off-Engenhão
Por Vinicius Paiva

O interior do Rio de Janeiro ganhou recentemente uma nova opção de arena esportiva – o remodelado Estádio Cláudio Moacyr, em Macaé. Em tempos de times cariocas “sem-teto” por conta das obras de reforma do Maracanã, nem sempre o Engenhão parecerá capaz de dar conta da demanda de três times (além do Botafogo), como seu castigado gramado veio a demonstrar recentemente. Tendo isto em mente, cabe uma comparação entre o recém-reformado estádio do norte fluminense e seu atual “rival” pelos corações cariocas, o já bem conhecido Raulino de Oliveira (ou Estádio da Cidadania), em Volta Redonda, região sul do estado.



O Estádio Cláudio Moacyr foi reformado sobre a base do antigo estádio municipal, tendo ficado dois anos em obras e consumido R$ 21 milhões durante o período – valor proporcional ou mesmo mais baixo do que o custo da obra de reforma do Raulino de Oliveira, reinaugurado em 2004 ao custo de R$ 17 milhões. Ambos os valores são modestos face aos inacreditáveis R$ 350 milhões consumidos na construção do Engenhão em 2007, cuja capacidade (45 mil lugares) á apenas o dobro do estádio de Volta Redonda (21 mil lugares) e o triplo de Macaé (15 mil lugares).



No entanto, fazendo jus à fixação brasileira por “reformas sobre reformas”, o Cláudio Moacyr já tem previsão para uma nova obra – desta vez de ampliação, que elevaria sua capacidade para 20 mil lugares e levaria a disputa entre os dois estádios do interior ao pé de igualdade, pelo menos no que se refere a capacidade.

No que se refere à estrutura física dos estádios, parece haver certa equiparação. Visualmente, e confesso que se trata de uma análise das fotos, o estádio macaense parece bem mais simples – mas o fato de eu conhecer muito bem o estádio de Volta Redonda pode enviesar minha análise. Apesar de não parecer mais tão cintilante quanto alguns anos atrás, o Raulino de Oliveira continua sendo moderníssimo, bonito mesmo de se ver. Tem telão em boa definição (que em 2004 foi revolucionário, mas hoje começa a soar ultrapassado e pequeno), cadeiras em 100% do estádio (sem encosto em 80% e com encosto no restante, as excelentes cadeiras especiais e tribuna de honra) e cobertura em metade do perímetro – apenas as cadeiras atrás dos gols são a céu aberto. O Cláudio Moacyr, de modo semelhante, também apresenta placar eletrônico, além de mais coberturas (2 das 3 arquibancadas). Parece não possuir cadeiras, o que seria um enorme retrocesso para um estádio construído em pleno ano de 2010. Careço de confirmação, naturalmente.


No duelo entre as cidades, Macaé é mais rica (os PIBs se equivalem, mas a cidade é menor, e cresce múltiplas vezes mais), fazendo com que a prefeitura tenha mais recursos para bancar uma possível vinda de um dos times. A cidade ainda possui um aeroporto com vôos regulares a menos de 1 km do estádio – coisa que a Cidade do Aço deve vir a possui apenas em 2012. O time local, Macaé Esporte Clube, também vem tendo mais sucesso em competições recentes, o que geraria uma espiral esportiva mais positiva na cidade.



Já Volta Redonda é maior (260 mil habitantes, e quase 500 mil na “região metropolitana”, contra os 204 mil de Macaé), mais próxima ao Rio de Janeiro (127 km contra 182 km) e tem mais tradição na organização de eventos esportivos – com time na Superliga de vôlei, sede de campeonatos nacionais de showbol e mandante dos jogos do Flamengo no Brasileirão de 2004 e do Fluminense em 2005.


Como muito se falou e nada se concretizou em termos de dar ao Flamengo uma casa definitiva durante o Brasileirão 2010, no caso de inviabilidade do Engenhão, e em não optando pro fazer viagens longas a locais de ampla maioria rubro negra, como Juiz de Fora, Brasília ou o Norte-Nordeste, qual das duas cidades/estádios você escolheria?

E-mails para a coluna: viniciusflanet@gmail.com

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