quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Eriksson no Mengão
Por Vinicius Paiva

Ele já foi campeão da Copa da UEFA, campeão nacional diversas vezes e finalista da Liga dos Campeões da Europa. Já treinou grandes clubes europeus como Benfica, Roma, Fiorentina, Sampdoria, Lazio e Manchester City, além de seleções como a Costa do Marfim, o México e a poderosa Inglaterra. Já deu pra perceber que o título desta coluna não faz qualquer merchandising. Me refiro ao treinador sueco Sven-Göran Eriksson, que segundo consta, está no mercado, tendo sido até mesmo oferecido ao São Paulo.

Dando continuidade ao pluralismo de opiniões característico do Blog da Flamengo NET, penso diferente do companheiro Tiago Cordeiro (da coluna abaixo) e não consigo enxergar virtudes no técnico Rogério Lourenço. E olha que eu costumo ser bastante paciente com treinadores, em especial quando o material humano que eles possuem limita o trabalho de maneira sufocante. No entanto, resta claro para a maioria absoluta da torcida do Flamengo (especialmente após as substituições esdrúxulas na partida contra o Atlético-PR) que o tempo do treinador no clube já passou, se é que deveria ter começado. Uma olhada para os treinadores “à disposição do mercado” não me soa nada animadora. E é aí que surge a ideia ventilada acima.

A contratação de técnicos estrangeiros no futebol brasileiro sempre foi vista com maus olhos, ao contrário do que acontece em outros esportes, como no basquete e na ginástica. Eles são considerados caros, excêntricos e culturalmente diferentes do que se verifica por aqui, introduzindo métodos de trabalho que desagradam ao jogador brasileiro de um modo geral. A única experiência recente por essas bandas foi a contratação do técnico alemão Lothar Matthäus pelo Atlético-PR, no ano de 2006. De fato foi uma operação mal-sucedida, só que por uma série de razões que passam desde o temperamento explosivo do ex-capitão alemão, que abandonou o clube alegando salários atrasados (quando na verdade Matthäus quis voltar a seu país para tentar substituir o ex-colega e desafeto Klinsmann, que balançava na Seleção Alemã) até às dificuldades de comunicação com um treinador que falava apenas alemão.

Neste sentido, Sven-Göran Eriksson teria um grande trunfo, já que, além do temperamento dócil, fala português fluentemente - fruto de cinco anos como treinador em Portugal. Dificilmente um técnico que consiga se comunicar com seus comandados sem a necessidade de intérpretes introduziria treinamentos que desagradassem a eles, pois isto poderia ser conversado. Além do mais, a experiência em países tão diferentes como a Costa do Marfim e a Suécia certamente trouxe ao treinador uma bagagem futebolística que adaptaria o material humano aos melhores métodos de treinamento existentes.

A vinda de uma celebridade para o banco de reservas traria ainda inumeros benefícios em termos de marketing, com uma enorme exposição em mídia no exterior, ajudando no sempre importante processo de internacionalização da marca. Isto aconteceu em larga escala com o clube paranaense, alvo de diversas matérias e reportagens por parte da mídia alemã, à época. Caberia, no entanto, a indagação: será que o custo-benefício de uma operação deste nível valeria a pena? Ora, segundo se ventilou por aí, Eriksson aceitaria um salário de R$ 260 mil, caso o São Paulo se interessasse pela contratação – o que não aconteceu. Tratam-se de valores absolutamente aceitáveis para o padrão do mercado brasleiro e do orçamento do Flamengo.

Deixo claro que é apenas uma ideia, que me soa bem mais criativa e viável do que muitas das que surgem por aí, como “vencer o Galo hoje à noite e trazer Luxemburgo na bagagem”. Saiu ontem na mídia paulistana que o homem pediu R$ 1,2 milhão de salário, numa sondagem feita pelo São Paulo. Vale a pena? Pensem nisto...
#ErikssonnoMengão !! :-)

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Botafogo, Vasco e Fluminense aproveitam o excelente momento vivido pelos três (quem diria) e veiculam, nas TVs aberta e fechada, propagandas conclamando seus torcedores a aderirem a seus projetos de sócio-torcedor. Trata-se de algo extremamente inteligente quando feito em momentos de euforia, que é quando uma torcida mais consome. Ontem, a torcida do Fluminense foi maioria em pleno Serra Dourada contra o Goiás, a torcida do Vasco esteve presente em grande número no Morumbi contra o São Paulo e até a do Botafogo não vem decepcionando no Engenhão. É justo nestas horas que o retorno vem em larga escala, e uma das coisas sobre as quais mais lamento é o fato de o Flamengo não ter em absolutamente nada aproveitado o momento de maior euforia dos últimos 17 anos. Imaginem o quanto poderíamos ter abocanhado de sócios (caso tivesse sido apresentado um projeto sério) naqueles três meses entre o hexa (no começo de dezembro) e fevereiro (antes da final da Taça Guanabara, quando as coisas começaram a sair do controle em 2010)...

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Segundo veiculado na coluna “De Prima” do Diário Lance de ontem (http://bit.ly/bRxugs), a Globo teria apresentado ao Clube dos 13 a última pesquisa sobre a venda de pacotes de pay per view em 2009, tendo como sempre o Flamengo ne liderança (15,1%), seguido do Corinthians (14,2%), São Paulo (9,9%), Palmeiras (8,7%), Cruzeiro (6,2%) e Atlético-MG (6,1%). Apesar da perigosa aproximação do Corinthians, os números são extremamente favoráveis ao Flamengo, por apresentarem crescimento com relação aos dados divulgados anteriormente. No último rateio (2009), o Flamengo correspondeu a 12,6% dos pacotes, enquanto que em 2008 fomos responsáveis por 13,8% (http://yhoo.it/9yhDGO). É importante que se tenha em mente que a divisão de valores da venda de pay per view é proporcional ao percentual de cada clube, conforme analisei em janeiro de 2009 (http://www.flamengorj.com.br/coluna/analise-cotas-de-tv.html). Esta é uma das formas com que a torcida pode contribuir de fato com as finanças do Flamengo, e neste departamento nossa torcida não costuma decepcionar.

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