sexta-feira, 6 de agosto de 2010

COLUNA DE SEXTA-FEIRA - André Monnerat

O time para o jogo de domingo

Como é de costume, Rogério falou em entrevistas que ia fazer uma coisa, escolheu outra opção nos treinos e chega ao fim da preparação para o jogo de domingo, contra o Corinthians, avisando que ainda não decidiu que time escalar. Não sei se isso serve pra confundir mais os adversários, os analistas ou os próprios jogadores, caso ele acabe optando por algo que não trabalhou durante a semana.



A formação que Rogério mais treinou foi semelhante à que ele utilizou na maior parte dos jogos desde o reinício do Brasileiro, apenas com a substituição de Correa, suspenso, pelo fraco Fernando (ou por Antônio, que não conheço), que também são volantes. Se for isso mesmo, ele mostra confiar na linha de trabalho que escolheu e confiar que a repetição melhorará a equipe - e é fato que o time ao menos se tornou mais firme na defesa: os únicos dois gols que tomou nestas últimas cinco partidas foram de chutes da intermediária, um deles de bola parada.


Mas é uma formação que torna previsível até mesmo a solução do adversário para enfrentar o Flamengo: marcação especial em Petkovic para acabar com a única opção de armação pelo meio e ataques pelas laterais - ou para fazer apoiarem menos os laterais, únicas alternativas do time jogar pelas pontas, ou para aproveitar o espaço que deixarão nas costas se decidirem subir mesmo assim.

O Corinthians ainda faz mistério sobre sua escalação, mas com 2 ou 3 atacantes, terá Dentinho e Jorge Henrique em campo, que provavelmente forçarão jogadas em cima de Juan e Léo Moura. No meio-campo, Ralf, Elias e Jucilei estão garantidos e um deles certamente vigiará Pet de perto. A dúvida de Adílson Baptista está entre Danilo, que jogaria na meio-campo e deixaria o time num 4-4-2, e Iarley, que se juntaria a Dentinho e Jorge Henrique no ataque e deixaria para Elias a função de armador.


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A única opção que Rogério treinou além da manutenção do time que vem jogando é o retorno ao esquema de três zagueiros, com a entrada de Wellington. Já escrevi sobre isso algumas vezes: é uma péssima ideia. O meio-campo fica com apenas três jogadores, um deles sendo Petkovic; o sérvio tem que correr mais do que aguenta para ocupar espaços, cansa mais rápido ainda e o time acaba sempre entregando a posse de bola pro adversário. Fica a esperança de que Léo Moura e Juan, mais livres, decidam a partida sozinhos, mas nenhum dos dois tem jogado bola pra isso - e fica ainda mais difícil sem qualquer companhia pra combinar jogadas pelas pontas, já que não há nenhum outro jogador no time com esta característica.


Contra o Vasco, o time teve seus melhores momentos depois da entrada de Vinícius Pacheco e Michael. São jogadores inconstantes, não muito inteligentes e que ainda por cima costumam desaparecer do jogo com frequência, mas que têm velocidade e a característica de buscar as laterais. No momento, com as opções disponíveis - ainda sem Renato e Marquinhos, este time fica um quebra-cabeças difícil de montar -, eu escalaria ao menos um deles como titular.

Rogério chegou a falar em entrevistas, antes de iniciar os treinamentos da semana, que já tinha desistido do 3-5-2 e considerava dar uma chance a Michael ou Camacho no lugar de Correa. Infelizmente, parece que este pensamento mais arejado foi só da boca pra fora. Minha aposta é que ele vai mesmo de Lomba, Léo Moura,  Jean, Angelim e Juan; Fernando, Willians, Kléberson e Petkovic; Borja e Val Baiano.


• ANDRÉ MONNERAT escreve também no SobreFlamengo (www.sobreflamengo.com.br e twitter.com/sobreflamengo)

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