quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Calúnia do Rúbio Negrão

Bom dia pra quem está acordando agora, e boa noite pra quem ainda vai dormir.

Extasiado diante das duas contratações S E N S A C I O N A I S do Deivid e do Diogo, que certamente quebrarão o nosso jejum de gols em pleno ramadã (bem, pelo menos nos jogos noturnos), tentei entrar em contato com alguém da administração do Blog pra ver se hoje tinha sido decretado ponto facultativo aqui na Flamengonet. Nesse caso eu não precisaria escrever esta calúnia, certo? Mas como ninguém me respondeu até agora, preferi deixar quieto pra depois não haver essa boataria de que sou um vagaba incorrigível.

Então vamos lá. Acontece que, como filósofo contemporâneo que sou (ou era, ou serei, posto que tempo é uma constante relativa), tenho andado meio meditabundo ultimamente acerca da dicotomia Rúbio Negrão/Trolhoso: se um deles é o ego, e o outro, o alter ego, quem sou eu, porra?

Felizmente para mim, ambos têm convivido em relativa paz, exceto quando os dois querem a última fatia de pizza. Só que tamanha atividade mental, além de não me trazer qualquer resposta, ainda me colocou um novo dilema: se Trolhoso for o alter ego (ou “alter nego”) do meu nick oficial (que não deixa de ser eu mesmo), qual o grau de parentesco que passerei a ter com ele? Parece bobagem, mas eu tenho uma tia que chamava a amante do marido de seu “alter rego”, e um amigo de infância que chama o cunhado vagabundo de “alter prego”.

Tenho trabalhando muito nessa questão, mas não quero me alongar neste assunto por aqui para que ninguém me chame de desocupado.

Mas vamos à calúnia de hoje, que aproveita a minha vibe filosófica para analisar alguns personagens e situações ligados ao futebol:

Os 99% do Twitter

Adeus radinhos de pilha, adeus TVs, adeus sites especializados! Hoje, qualquer um razoavelmente alfabetizado é capaz de abrir uma conta no Twitter e virar um jornalista esportivo amador (como se houvesse profissionais!), podendo passar a noticiar contratações, demissões e escândalos diversos do mundo da bola.

O mais irônico é que quem começou esse efeito dominó twitteriano foram as próprias pessoas ligadas ao futebol, que pensavam estar inaugurando um novo canal de comunicação com os torcedores...

Os “99% do Twitter” passaram a representar uma medida universal, comparável ao tradicional "copo 99% cheio ou 1% vazio". Os boatos veiculados diariamente têm impactos diversos nos diferentes internautas: pessimistas, como o Cuca (copo 1% vazio), fazem uma leitura. Otimistas, como o Zé Roberto (copo 200% cheio), fazem outra. E realistas, como Rúbio Negrão (sem grana pra pinga), não fazem nada.

E por que não acredito nos prognósticos do Twitter? Simples: como vou saber se o “jornalista” que está dando a “bomba” está trabalhando na escala de 0 a 100%? Ele pode muito bem estar numa escala de 0 a 1.000%, sendo que, nesse caso, os tais 99% são praticamente nulos! Só que ele não vai avisar isso. O internauta é que precisa estar antenado nas novas formas de pensar das novas mírdias...

Renato Atômico

Pra mim, Renato “Abriu”, e não “Abreu”, porque quando os jogadores que estão na barreira adversária o veem correndo pra bola, abre metade pra cada lado. Daí o “Abriu”. E não fazem isso por falta de coelhões, mas justamente por tê-los!

Mas tô feliz com a volta do Renato. Quase um ídolo meu. Só fica no quase porque vi a turma dos anos 80, e me tornei um eterno mal-acostumado, que sempre espera um toquinho a mais, e uma firula de sobra.

Mesmo assim, excelente contratação, numa época em que, pra maioria dos boleiros, “pancadão” é aquilo que ouvem em seus iPods, e não aquilo que deviam soltam de canhota.

É. Primeiro veio o galo. Depois, o urubu-rei. Não comparando as plumagens, naturalmente, mas o urubu-rei compensa o fato de não ser o rei do galinheiro com a vantagem de ser carnívoro. E necrófago.

Nicolás Leoz

Esse não é cavalo paraguaio não!

Um veterano dirigente que, mesmo rico e com mais de 80 anos de idade, ainda tem o mesmo tesão irresistível por dinheiro. Quando vejo o valor que o Sr. Leoz dá ao dinheiro e ao poder, me sinto envergonhado de ser um parasita social absolutamente improdutivo! Ele é a prova viva de que, se o trabalho não enriquece, pelo menos envelhece.

Um homem que poderia perfeitamente estar aposentado na Flórida, ainda trabalha como líder máximo da Conmebol, organizando uma competição importante como a Libertadores das Américas.

Um homem cujo objetivo parece ser unificar o mundo, a começar pelas Américas, convidando times da América do Norte para disputar um torneio da América do Sul, eliminando barreiras culturais e cambiais.

Um homem que ainda transformará a Libertadores numa verdadeira Copa do Mundo sul-americana, com times da Ásia, Europa, África e Oceania.

Ou tudo isso, ou um homem a quem alguns lapsos de memória acontecem devido à idade avançada.

Mas a gente releva, porque como se costuma dizer ao ver um idoso na ativa, “Que fofo!”.

Super-Helinho

Tem essa mania (eu diria até megalomania) de ser um super-herói. Deve se achar uma espécie de parceiro do Zico (este sim um herói!), no melhor estilo Batman e Robin.

Não quero me alongar muito nessa dicotomia de Batman e Robin porque ela envolve ego, alter ego e outras veadagens que a TV dos anos 60 não podia exibir.

Mas uma coisa há de ser dita: o Super-Helinho é o avesso do Super-Homem por duas razões. A primeira: em vez de tirar os óculos quando está agindo como super, ele os coloca. E a outra: enquanto todos sabem a ocupação do Clark Kent, ninguém sabe o que o Hélio Ferraz faz na vida.

Ah, mas deve ser alguma atividade relacionada com o jornalismo, porque ele não pode ver um repórter...

Emerson Sheik

Beijar o escudo do time contratante já caiu de moda há algum tempo. Quando o beijo é de língua, até vai, mas os chochos beijos técnicos deixam evidente que não existe amor entre as partes. Ficam parecendo aqueles anúncios de massagens “com direito a dois relax”.

É isso aí mesmo: mercenário só ama camisa do Empório Armani!

Mais honesto seria fazer um carinho na camisa, e apertar uma bochecha do escudo ou do Rogério Lourenço. Pronto. Já seria prova suficiente de respeito à Instituição.

Agora, meter a boca no emblema que eu adoro, aí não! Eu me sinto traído! Um corno! O cara tá pegando o meu clube de coração na minha frente! Tá passando a camisa que eu amo na cara!

Mas por falar em gente que ama o Mengão, o Emerson Sheik, tricolor doente desde criancinha, já entrou novamente na sua eterna rotina de contusões. Nem os 4 gols marcados, nem a sua moral com a torcida do FluminenC me enganam: tenho certeza de que o desconforto no seu pé direito, o incômodo no seu joelho esquerdo e a fraqueza no seu caráter o impedirão de enfrentar o Mengão quando a hora chegar.

E outra: em breve calçará o notório chinelinho indefinidamente. Só que uma dúvida ficará no ar: como ele se sentirá sabendo que em vez de não estar jogando pelo FluminenC, ele poderia não estar jogando pelo seu querido Mengão?

É isso. Emerson não é apenas um flamenguista fake. Ele também é “fake dói”.

Pat Amorim

Fiquei feliz quando foi eleita, porque com uma presidenta nadadora olímpica pensei que a gente nunca mais iria morrer na praia. Só que me esqueci que além de nadadora ela era amadora. E pra mim amadoras funcionam melhor em outras áreas de atuação. Não nos bastidores, mas nos holofotes.

Daí, ela resolveu dar ênfase aos atletas olímpicos, o que explica o time de futebol repleto de jogadores tão amadores quanto como ela. Pena que recebam salários como se fossem profissionais.

Antes que alguém me acuse, não sou machista. Sou apenas um consumidor voraz, no máximo um homem-abjeto das mulheres-objeto (se mulher fosse jornal, eu teria assinatura de uns 4 ou 5). Mas, no geral, apoio as mulheres, mesmo não me pautando pelo dito “Atrás de um grande homem sempre há uma grande mulher”. Diferentemente do Ronabo, acho que a mulher sempre tem que estar na minha frente. Atrás, jamais!

Mas mulher em posições de liderança é um troço complicado. Costumam botar pra derreter. Mesmo antes da era do silicone, sempre achei as mulheres bem mais peitudas que os homens. Não sei se por causas fisiológicas, psicológicas, sei lá! Por exemplo, Margareth Thatcher peitou os argentinos, Indira Gandhi peitou os sikhs, Golda Meir peitou os árabes, Denise Frossard peitou os contraventores, e Andréa Albertini peitou o Ronabo.

Diante dessas mostras de valentia feminina, pergunto: porra, a Pat tinha que ser meiga? Tinha que ser esse doce de pessoa?

Rogério Lourenço

Rogério Lourenço é um ex-jogador e um pré-técnico. Está, atualmente, naquela região nebulosa entre uma função e a outra. Já acumula certa experiência, mas para galgar ao status de treinador falta ainda dirigir a seleção brasileira principal de futebol numa Copa do Mundo.

Como o amigo Carioca tão bem comentou no Echo, “Tínhamos um técnico que ninguém levava fé, e que a mídia esportiva sacaneava muito. O cara era meio professor pardal, inventava umas coisas com nomes estranhos: overlapping, ponto futuro, etc. Os "boleiros" e "comentaristas" da época morriam de rir. Até que o cara começou a ter resultados. Seu nome era Cláudio Coutinho e, segundo muita gente, o maior treinador de futebol que já tivemos no Brasil”.

Vou pegar carona no comentário acima para tentar decifrar o que vem ocorrendo com o nosso treinador.

Recuem no tempo até 1978. O time do Flamengo está reunido no vestiário do Maracanã antes de um Flamengo e Vasco, com o Coutinho dando a última preleção.

Imaginem agora a cara do Manguito ao escutar coisas como “Vai você no overlapping, enquanto o Nelson, que é polivalente, passa pra lateral direita”.

Vão me dizer que o cara entendia alguma coisa? Claro que não! Os jogadores precisavam de tempo para evoluir até o novo estágio que o treinador implantava.

O mesmo deve acontecer hoje, nas preleções do Rogério Lourenço. Imaginem a cara do Pet ao ouvir coisas como “Aí você pega o cara por trás! E você, Juan, vai lá e morde!”.

Ora, leva tempo para que os jogadores involuam para a filosofia de jogo que ele pretende implantar!

E o máximo que o Rogério conseguirá implantar será a revolucionária tática 1-7-1, que contará com apenas 9 jogadores na equipe, já que os outros dois provavelmente estarão num ponto futuro, prestes a ser contratados.

Andrés Sanches

Quando o Luxa tentou falar espanhol no Real Madrid, o clube quase foi rebaixado de “Real” a “Plebeu”.

Quando o Joel Santana concedeu entrevista em inglês, além de não ter dado samba, ainda deu funk.

E por que tudo isso? Só porque eles ignoraram algumas regrinhas gramaticais referentes a pronomes, advérbios, objetos, verbos, artigos, adjetivos, substantivos, apostos, vocativos e predicados, sem falar em singular e plural?

Caramba! Pior que assassinar o idioma alheio é matar o próprio! Tantos políticos, radialistas, treinadores, jogadores, garis e até presidentes da República por aí lançando pérolas como “Daqui duas horas” e “Palmeiras classificou”, e a gente vai sacanear logo personalidades que também esculhambam a língua dos outros?

Por isso, a fim de preencher a lacuna na zoação daqueles que arregaçam com o nosso querido português (se não fosse por ele eu estaria aqui desenhando), gostaria de homenagear Andrés Sanches, o porta-voz de uma torcida estimada em 24 milhões de falantes de um dialeto do português: o “maloquês”.

Frases como “Um grupo de empresários comprou o passe do Thiago Heleno perante o Cruzeiro”, “O que eles estão pedindo não diz com as nossas possibilidades”, e “É nóis na fita, mano!”, além da abolição total e completa do emprego do plural, poderiam indicar o nascimento de um novo filólogo, que firmaria um novo acordo ortográfico, desta vez com uma nação cuja bandeira ostenta o emblema de uma âncora e dois remos.

Mas não. Isso indica apenas o surgimento de um novo Vicente Matheus.

(Menção honrosa a Ricardo Teixeira por tê-lo nomeado chefe da delegação brasileira na Copa da África do Sul. Quem sabe quantas valiosas palavras portuguesas podem ter sobrevivido aqui no Brasil enquanto esse homem ficou 1 mês lá fora tentando falar inglês?)

Flamengo Net

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