sexta-feira, 21 de maio de 2010

A política do atraso

*Por Alexandre Lalas

O Flamengo jogou bem, teve iniciativa, lutou, brigou, ganhou, mas não levou. Podemos reclamar da falha da defesa no gol chileno, da arbitragem frouxa, da falta de sorte, ou do que mais quisermos. Mas o que fica são os 20 minutos iniciais da primeira partida, no Maracanã, quando o time levou dois gols e poderia até ter tomado outros dois, no barato.

Na primeira partida, o Flamengo entrou desconcentrado, despreparado, frio. Entre as diversas explicações, o atraso na chegada ao estádio. A delegação chegou às 18h55, pouco mais de meia hora antes da hora marcada para o jogo começar. Não houve tempo sequer para um aquecimento decente.

Os dirigentes do Flamengo culparam a PM, o trânsito, a chuva e sabe-se Deus mais o quê. O fato é que a delegação chegou atrasada por uma mudança de última hora no planejamento. O hotel em que o time fica concentrado fica na Barra da Tijuca, para quem não conhece, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Normalmente, o ônibus vai pela Linha Amarela, fugindo do trânsito pesado em direção à Zona Sul. Na quinta passada, o itinerário foi alterado de última hora. Por ordem da presidente Patrícia Amorim, a delegação foi até a Gávea. O motivo: buscar a presidente do clube, a ex-nadadora Patrícia Amorim.

Resultado: engarrafamento colossal (c0mo de costume naquele horário e naquele trajeto) e atraso na chegada ao estádio.

Até que ponto pode-se culpar no tal atraso, é mera especulação.

Mas o fato é que a ordem da presidente Patrícia Amorim é carregada de simbolismo. Mostra o despreparo, a falta de compromisso, a mentalidade desta diretoria atual. Atraso na chegada ao estádio, atraso na renovação de contratos, atraso na definição de quem conduzirá o futebol.

O Flamengo está atrasado. E a diretoria parece estar pouco se lixando para isso.

Flamengo Net

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