sábado, 22 de maio de 2010

Consórcio Rubronegro

por Victor Esteves, direto do Buteco do Flamengo

O tema planejado deste comentário era a palhaçada de achar que na Libertadores pode tudo na arbitragem. Uma coisa é “deixar o jogo correr”, outra coisa é permitir que o striptease de camisa dentro da área não seja pênalti nunca. Mas os assuntos evoluíram e eu acabei juntando várias ideias que foram sendo publicadas por aí.

Uma delas dizia que o Flamengo devia ser povoado de jogadores que torcessem pro Flamengo. No atual estágio de profissionalismo do futebol internacional, isso só poderia acontecer no Brasil se houvesse uma mobilização muito grande. Tanto do ponto de vista financeiro como do ponto de vista de gestão. O tal executivo remunerado que tanto se fala e de quem ainda não se conhece o nome, precisava ser o gestor de uma máquina esportiva e de marketing. O Flamengo é tangível, tem um time, podia ter outros, tem consumidores entre todas as camadas sociais do país, gente que mora fora do país e acompanha a campanha. Imagine que todas as receitas do clube fossem escancaradamente publicadas, e os gastos conhecidos. Esse modelo de gestão pode ser sim uma S.A., mas em que os acionistas fossem os torcedores, que teriam um papel virtual com o valor original aplicado. Com a capitalização, os gestores organizariam um consórcio de jogadores, que ganhariam estas ações por serem do elenco. Toda sua remuneração devida pelo clube viria da remuneração destas ações. Dividendos anuais para acionistas proprietários e mensais para sócios jogadores.

A marca do Flamengo tem um valor incomensurável. Não pode ser vendida nem retalhada. Assim, a marca sempre será do clube, e a empresa criada para administrar o futebol do Flamengo independente do Clube de Regatas do Flamengo terá a concessão da marca enquanto for conveniente para o clube. Esse patrimônio é eterno. As regras de saída podem ser escritas no estatuto da SA a ser desenvolvida como pessoa jurídica.

Outra ideia que surgiu nos blogs foi de que a formação de jogadores de base estivesse umbelicalmente ligada à esta estrutura administrativa. Os empresários são benvindos para fazer negócios, mas os direitos sobre o jogador são originalmente do clube formador, através da sua SA. Até quando, a legislação do país vai dizer. Mas com um modelo eficiente de treinamento e desenvolvimento dos atletas, não só o time principal será reforçado de tempos em tempos, como alguns jogadores serão exportados regularmente, gerando receita e dando experiência a estes atletas, que podem continuar dando receita ao clube em transferências futuras.

A convivência entre Comissão Técnica e jogadores, em um esquema profissional e organizado como esse tem que ser baseada na transparência total. Jogadores tem horários de trabalho e devem cumpri-los. A equipe deve passar pelo menos 8 horas diárias juntas. Exercícios físicos coletivos, trabalhos individualizados com atletas que precisem, almoço juntos, exibição de todas as partidas jogadas e dos próximos adversários, em grupo…

Pode parecer uma utopia, mas as empresas brasileiras estão entre as mais bem sucedidas do mundo. Se um cidadão com 10 reais puder comprar uma ação do SA MENGÃO e participar deste esforço transparente de construção do plano estratégico que objetiva levar o Flamengo à hegemonia do futebol mundial, teremos um objetivo transnacional, e um time que eu espero que jogue o fino do futebol.

Sra Presidenta. Pode ser que eu e muita gente tenhamos sido muito duros com quem assumiu o Flamengo com tanta intenção bonita. Estávamos em competição, e não ganhamos nada. Deve ser difícil pegar um time campeão brasileiro e planejar o seu futuro com tanta coisa acontecendo fora do campo e dentro do clube. Mas a hora é essa. É só juntar as pessoas certas e colocar para trabalhar. Alguém disse em um comentário : É hora de transição e mudança. Faça a coisa certa, em homenagem a esta imensa legião de jovens que decidiram torcer pelo Flamengo.

Flamengo Net

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