sexta-feira, 9 de abril de 2010

COLUNA DE SEXTA-FEIRA - André Monnerat

O time para o jogo de domingo

Ao fim de meu texto sobre o lamentável jogo de ontem pela Libertadores, escrevi que "dane-se o Vasco no domingo". No Twitter, cheguei a lançar uma campanha mais radical do que eu mesmo penso, a #FlamengoReservaContraOVasco. Isso quer dizer que o jogo de domingo é totalmente desimportante?

Não. Flamengo x Vasco, valendo vaga numa final de Taça Rio, é claro que não é desimportante. É claro que todo mundo quer que o Flamengo ganhe. É claro que uma derrota pode aumentar e muito a pressão sobre os jogadores e o técnico. Mas coloquemos as coisas em perspectiva: qual será a repercussão, em todos os sentidos, de uma eliminação na primeira fase da Libertadores? Pois se o Flamengo não conseguir um bom resultado na quarta-feira, quando joga contra o Universidad Católica na casa do adversário, a possibilidade de isto acontecer será bem grande.

Assim sendo, este clássico contra o Vasco, decisivo, importante, cheio de rivalidade, deve ser antes visto como uma etapa na preparação para o que realmente importa - a partida de quarta-feira. Sendo eu Andrade, pensaria menos no que é melhor para ganhar do Vasco, mais no que será melhor para ganhar no Chile.

Isso quer dizer lançar um time reserva? Talvez não. Eu até aplaudiria se uma decisão radical como esta fosse tomada - imaginem os reservas jogando no Maracanã e os titulares, ao mesmo tempo, fazendo treino tático no Ninho do Urubu. Serviria para dar o recado bem claro a todos, dentro e fora do clube, sobre qual é a prioridade.

Porém, tenho a impressão forte de que Andrade está um tanto perdido e não sabe bem como quer que o time jogue. Já se passaram alguns meses, e ele simplesmente não conseguiu ainda visualizar uma maneira da equipe se comportar em campo. Saíram Aírton, Éverton e Zé Roberto, veio Vagner Love, o esquema teve que mudar, todo este caso foi criado em torno de Petkovic e ele simplesmente não soube como rearrumar suas peças. E aproveitou mal o tempo que teve para isso, se importando demais com resultados imediatos em jogos em que o placar importava muito pouco. Mas paciência, agora não adianta chorar sobre o leite derramado.

Sendo assim, esta partida contra o Vasco pode servir para Andrade conseguir testar em campo, contra um adversário alguns furos acima dos Boavistas e Friburguenses que o time enfrentou na maior parte do ano, a solução que julgar ideal para o jogo de quarta-feira. Afinal, está claro pra todo mundo - creio que até pra ele - que o time não encontrou ainda seu caminho. E neste momento, a minha impressão é que se este caminho for encontrado, será na base da tentativa-e-erro. Então, a decisão de ir a campo com o que há de melhor pode até ser proveitosa - desde que seja feita sem que se perca o foco no que realmente importa.

Por exemplo: é seguro colocar Adriano em campo domingo? Não o examinei, nem sou médico. Não sei  qual o risco de piorar suas condições físicas colocando-o em campo no fim de semana. Mas espero que isso esteja sendo muito considerado na hora de resolver se o Imperador joga ou não contra o Vasco - não é hora dele fazer sacrifício nenhum que vá prejudicar seu desempenho três dias depois. E mais: se for pra ele não jogar, a solução óbvia é colocar Mezenga em campo, o reserva que tem características mais parecidas com as do titular e que poderá ajudar o time a encontrar uma maneira de jogar que vá ser aproveitada na quarta-feira.

No mais, palpites sobre o time: como todos, não entendo mais a permanência de Maldonado no banco, especialmente com Toró (que entre muitas falhas em todos estes jogos, a maioria por não saber se colocar em campo, dormiu no gol de empate do Universidad de Chile ontem) tendo lugar cativo como titular. E espero que a escalação especulada pelo Globoesporte.com, com Maldonado, Toró e Willians no mesmo meio-campo, não se confirme. Haja parreirice.



• ANDRÉ MONNERAT trabalha com marketing e Internet e escreve também no SobreFlamengo (sobreflamengo.blogspot.com e twitter.com/sobreflamengo)

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