Por Vinicius Nagem
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Agora vamos ao nosso assunto central.Se você está gostando de acompanhar as histórias das Embaixadas da Nação, leia também nosso blog no site oficial do Flamengo denominado VOZ DAS EMBAIXADAS, com noticias atualizadas sobre elas. Acesse http://www.flamengo.com.br/site/blog/blog.php?id=6
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A décima quarta Embaixada que contará a sua história aqui no Blog é a Fla RS, localizada na capital dos pampas, Porto Alegre. O povo gaúcho, como todos sabem, é extremamente focado nos valores locais e a dupla GRE-NAL divide os corações da esmagadora maioria da população. Porém, o Mengão consegue esse proeza de formar uma Embaixada num lugar onde colorados e tricolores disputam palmo a palmo a hegemonia da torcida local. Acompanhem essa sensacional história de ousadia que só o Flamengo é capaz de realizar.
FLA-RS, A OUSADIA DE SER RUBRO-NEGRO
* Walter de Oliveira Monteiro – Presidente da FLA RS
Aos ungidos desde sempre com a honra de ser rubro-negro é fato corriqueiro estar constantemente em maioria ou ter ao menos um numeroso contingente de semelhantes para compartilhar as alegrias e tristezas do ludopédio. Flamenguista adora estufar o peito e lembrar que tem a maior torcida do mundo, que se espalha com igual musculatura por todos os recantos do país, quiçá do planeta. Pois saibam que nas terras abaixo do Rio Mampituba, que marca a divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul, esse axioma não tem rigorosamente nenhuma valia.
Aqui no Rio Grande - nunca se pronuncia o nome por inteiro, ou se diz “aqui no Rio Grande”, esquecendo-se do homônimo potiguar, ou se diz “aqui no Sul”, ignorando os outros dois estados da Região - o mundo é dicotômico, binário, maniqueísta, partido em dois, enfim.
Ou você era chimango e tinha o seu lenço branco, ou você era maragato e usava lenço vermelho. Ou você amava o Getúlio, o Jango e o Brizola, a tríade gaúcha do PTB, ou você os odiava e ia de UDN ou mesmo o PRP integralista. Ou você ama o PT e o elegeu 4 vezes para comandar a capital ou você não pode nem ouvir falar em Tarso Genro e Dilma Roussef. A única exceção é a Guerra dos Farrapos, desde criança se aprende na escola a saga de Bento Gonçalves e seu exército. Em algum estado do Brasil o povo canta o hino inteiro e sabe o que ele significa? Pois no Rio Grande qualquer solenidadezinha, desde aniversário do quartel até formatura de curso de informática é motivo para a rapaziada se empolgar na “aurora precursora” e no “20 de setembro, precursor da liberdade”.
Aliás, o hino é o único momento de união nos estádios de futebol – mesmo sem bandinha de música para cumprir formalidades. É só marcar uma partida na Semana Farroupilha que a galera da arquibancada se encarrega de puxar o coro das façanhas que devem servir de modelo a toda a Terra. Acabou o hino, acabou o amor. Porque mais do que chimango ou maragato, o que todo gaúcho aprende desde a maternidade é que ou você é Inter, ou você é Grêmio. Além deles, só há adversários que vivem em terras distantes, como River Plate, Boca Juniors, Penãrol, Corinthians ou Flamengo, com a peculiar circunstância de que os três primeiros são exemplos de times que ficam um tantinho mais próximo e às vezes a torcida deles dá as caras por aqui.
É nesse contexto que um punhado de alucinados resolveu mostrar que a vida não precisa ser monocromática como uma disputa eterna entre o azul e o vermelho, existindo um amor rubro-negro que sobrevive à distância. E assim, meio ressabiada, a rapaziada, que se conheceu na base do boca a boca, de ouvir dizer que no Sul também habitavam pequenos ninhos de urubus, começou a se encontrar, a se cumprimentar nas ruas ao ver algum manto sagrado desgarrado, a fazer lista de presença (!!!) nas arquibancadas do Beira Rio e do Olímpico.
De esforço em esforço, achou-se um bar louco o suficiente para cometer o sacrilégio de mostrar jogos do Mengão em detrimento da duplinha caseira e, voilá, nasceu o embrião da FLA RS.
A FLA RS é certamente a Embaixada que mais cresceu no Brasil. No primeiro encontro, na passagem de 2006 para 2007, quem esteve lá jura que foram 7 flamenguistas. Na final do Brasileirão de 2009, tinham uns 150 flamenguistas no FLA BAR. Parece pouco? É muito mais do que todas as outras torcidas de times de fora SOMADAS, tanto assim que no hexa são-paulino a imprensa foi lá na quadra de futebol onde eles se escondem e contou menos de 10 bambis pingados. Sem contar que somos pé-quentes: desde a fundação, teve título todo ano.
O FLA BAR é conhecido em toda a cidade como um autêntico point rubro-negro, o reduto gaúcho do time mais popular do mundo – porque gaúchos somos todos, alguns nativos, outros adotivos, unidos pelo amor ao Flamengo. E acabou a vergonha ou temor de sair vestido de Flamengo pelas ruas .A cada dia, mais gente aparece e deixa o conforto do pay-per-view para ver jogo conosco no acanhado boteco – sem contar os turistas e viajantes a negócios, que sempre dão uma passada por lá. Como é bom ser Flamengo e poder dividir esse prazer.
Querem saber? Que sirvam as nossas façanhas de modelo a toda Terra!
Abs e SRN
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