quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

A tumba de 2002

Li há pouco - o que reforça a tese de que é melhor não procurar notícias durante a pré-temporada - que Marcos Braz, subitamente considerado competentíssimo, declarou que o Flamengo não vai priorizar a Libertadores. Não vai, porque está em disputa um tetra estadual. Não vai, porque não vai e pronto. Diz o Braz que é uma decisão dura.

Pelamor, que pequenez. Estamos entrando na Libertadores gloriosamente pela porta da frente, a porta do campeão brasileiro de futebol. Precisamos chegar pisando firme, a passos largos, falando grosso. Pensar Libertadores, agir Libertadores. É diferente de tudo. Ok, somos tri no Rio, podemos ser tetra. Mas será que já esquecemos que fomos bi a custa de não priorizar as oitavas da Libertadores em 2007 e 2008?

Não há questão pendente no Rio. Somos os maiores, imensamente maiores. Até os inimigos sabem que se entrarmos levando um pouco a sério o estadual, seremos os campeões todos os anos. Qualquer time que vencer o carioca, fora o Flamengo, sabe que será considerado zebra. Que será um grande feito. Para eles, ser campeão estadual é glorioso como conquistar o universo. Para nós, é reconfortante como um bocejo.

2002. Alguém lembra de 2002? Também era ano de Copa de Mundo, e entramos janeiro divididos entre buscar o tetra no estadual e a Libertadores, que não disputávamos havia nove anos. Daí não priorizamos nada, a Federação transformou o estadual naquela patasquada chamada Caixão 2002, ainda tinha o Rio-SP para atrapalhar e o resultado foi que ficamos de fora da Libertadores já na primeira fase. Olha que o time tinha Júlio César, Juan, Juninho Paulista e Pet.

Lembre de 2002, senhor Braz. O senhor sabe do que estou falando. Lembre de 2002, mas fale baixo, para não ressuscitar aquele ano patético graças à incompetência do departamento de futebol. Deixe 2002 sepultado onde está, e vamos para 2010, para a Libertadores, para um vôo à altura do Urubu Devastador.

Mauricio Neves no twitter: http://twitter.com/badsnows

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