terça-feira, 19 de janeiro de 2010


CLIMA DE MARACA - O bom irmão.

Com linguagem informal, João Tavares - o Dão - comenta a movimentação dos torcedores antes/durante/depois dos jogos no Maracanã.



Bom dia Rubro Negros do meu Brasil. Tava morrendo de saudades do blog e da galera daqui. Depois daquele dia do Hexa, eu tirei férias forçadas daqui da área, por livre e espontânea pressão, comemorei até o final do ano, com pequenos intervalos apenas para dormir. Depois de uns 20 dias comemorando resolvi escrever o texto sobre o jogo, mas aí a amnésia alcoólica também não me permitia mais contar com detalhes então abortei a missão de vez.

Eu sei que assim como eu a galera daqui adora o campeonato carioca. E desta vez a motivação é maior, é por um tetra campeonato inédito. Tetra esse que vamos ganhar sem esse papo de poupar fulaninho ou siclaninho. Tem que botar essa molambada completa pra jogar e ir entrosando pro restante do ano.

Ao acordar domingo e abrir a internet me deparo com a grande novidade do torneio. Os sábios da SUDERJ em apoio com FEERJ e Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer do RJ resolveram que não se venderia ingresso mais depois das 14 horas, ou seja, 3 horas antes da partida. E os sábios ainda alegam que isso é em benefício do torcedor. Eu não sei se rio ou choro, fato é que ali meu dia tava decretado, Mengão só pela telinha. Eis que me liga o Guido, rubro negro dos bons ali do Leme e me salva com uma entrada, e benção, de estudante. Pronto, minhas preces foram atendidas e partiu Maraca.

Chegando no Chico´s recordei o tempo que não havia choque de ordem nos arredores. O bar estava uma tranqüilidade que até parecia cidadezinha do interior. Eu confesso que prefiro daquele jeito, a cerveja sempre ta gelada e o perrengue para bebê-la é zero. Por outro lado aquilo vazio é sinal de publico fraco no estádio. Não da pra ter tudo nessa vida.

Ao chegar no estádio pude perceber as novas mudanças, torcedores eram abordados e perguntados se estavam entrando com meia entrada e se estavam com a carteira de estudante. Como eu não tinha comprovação de nada dei uma de maluco e me fingi de surdo, entrei. Soube que se o ingresso for comprado com cartão de crédito Master Card paga-se meia também, a partir dos próximos jogos pago meia entrada.

Já lá dentro mais novidades para a Copa do Mundo. As rampas de acesso ao estádio estão pintadas de amarelo com a inscrição “proibida a permanência”. Essa eu duvido que dê certo. Logo ali que eu me refugiava para fumar meu charuto sem incomodar ninguém. Vou ter que baforar no meio da galera. Fora isso de estranho mesmo era um esquisito com a camisa do gremio no meio da amarela. Depois de um tempo com nego falando no ouvido dele ele tirou e mostrou uma tatuagem. Nem vi se era do Flamengo mas ou o esquisito tirava a camisa ou ia embora. Resolveu ir embora. Depois no intervalo soube que ele tinha sido expulso da 40, tava lá no meio da Urubuzada e teve que sair fora também.

Com um Maracanã às moscas (me surpreendi com 17 mil, deviam estar todos escondidos na sombra) e num calor de 50 graus o Flamengo começou sua luta pelo tetra. No outro time estava o famoso Mauro Fonseca, Maurinho para os íntimos, que por tantos anos jogou na gávea, e pasmem, com a 11 de atacante. Confesso que eu não esperava grande atuação de um time quase todo reserva e em seu primeiro jogo, achava até que quem fizesse o primeiro gol ganharia, tamanho era o calor que estava e o entrosamento dos times. Depois de um primeiro tempo bisonho o Mengo voltou com outra cara no segundo e conseguiu boa virada, com destaque para o segundo gol, um golaço 70% creditados para a esticada que o Álvaro deu para o Fierro botar na rede. O Kleberson é um cara que consegue fazer uma jogada genial e uma merda federal no lance seguinte. É impressionante sua irregularidade, mas no meio daquela molambada toda é o homem chave, único capaz de ter um lapso de craque e fazer boas jogadas. Quanto ao Léo Medeiros eu fico com pena desse garoto Jorbison. O muleque tava lá num torneio sub 20, jogando e treinando todo dia, titular, não interessa se com 17 ou 18 anos, ta lá vestindo uma amarelinha, chegar e ver o Léo Medeiros no seu lugar deve dar uma desanimada danada. Força Jorbison, treina forte que essa vaga ta uma teta esse ano.

Gostei da estréia do Fernando, o gêmeo bom da novela. O muleque entrou com bastante vontade, deu carrinho, lutou, foi improvisado de beque, e no fim foi premiado com o gol da vitória. Se essa bola fosse na cabeça do Obina ia nas cadeiras. Vocês jogaram paredão quando muleque? Aquele jogo que você fica com amigos dando chutes fortes com a bola na parede e ela tem que voltar até certa linha, se não voltar você ta fora? Pois é, o Obina me lembrava essa parede, o cara não conseguiu matar uma bolinha jogo inteiro. Desse jogo eu salvo além do Fernando, o David, o Toró e o Fierro.

Não sei se o esqueminha da cerva acabou ou se tava babado por conta do publico fraco, mas senti falta daquela latinha morna de cinco pratas. A saída foi tranqüila e voltamos para o Chico´s pra saidera.

Quarta tem jogo em Volta Redonda, pelo visto com esse mesmo time muquirana com Angelim na vaga do Álvaro. To pensando, mas de repente broto por lá a faço o "Clima de Raulino".

Dão no Twitter: http://twitter.com/dao_tavares


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