A Alta Fidelidade da Febre de Bola
Nick Hornby criou um personagem que gostava de fazer listas. E um outro que era - assim como nós - apaixonado, viciado num time de futebol.
Pois bem, resolvi fazer uma listinha, algo como as Keys to the Victory no domingo. Apesar de detestar o gerúndio, eu vou escrevendo, escrevendo, e escrevendo. Se ficar chato, pulem pro post anterior.
1 - Determinação: O time tem que entrar determinado pelo resultado. Esquecer teorias conspiratórias - essa palhaçadinha abobada que torcedores e dirigentes do time do estádio sem drenagem estão fazendo - e partir pra cima. E quando digo partir pra cima, é cair drento mesmo. O grêmio é um time perigoso, tem um goleiro de seleção, mas não se deu bem fora de casa em 2009. Eis um dos pontos de partida. Pressão desde o primeiro minuto. Fazer dos quase 110x75m um caldeirão que faria o inferno parecer o Jardim de Infância da escolinha da esquina. Mas, para isso acontecer, precisamos do item 2.
2 - A Torcida: Se tem alguém no estádio que precisa ser paciente e persistente, esse "alguém" é a torcida. E nesse ponto, vou bater de frente com as organizadas e suas musiquinhas copiadas. Vocês realmente vão cantar a brasília amarela, e fazer o grêmio se sentir em casa? Vão dar esse mole? Ou preferem arregaçar as idéias do time deles com nosso grito imortalizado fodástico que faz qualquer um tremer de MEEEEEEEEEENGOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO????? Cabe aqu uma história. Ao longo dos meus 25 anos de Curitiba, conheci alguns jogadores de futebol e, naturalmente, torcedores. Sabe o que era unânime no discurso dos caras? "Po, Alexandre, quando aquela torcida começa a gritar MEEEEENGOOOOO sem parar, é de tremer nas bases". Então, porque diabos não gritar durante 90 minutos, e esquecer essas musiquinhas pra aparecer na globo. Parem com essa papagaiada. Querem realmente mostrar que são a torcida que faz a diferença? Gritem MEEENGOOOOO. Cantem o "CCM". Será que, pelo menos no domingo, vocês não podem se unir? Vocês é que animam, não? Então, esqueçam das birrinhas, se UNAM, e façam o meu grito, e o dos caras ao meu lado valerem de alguma coisa. E paciência. E persistência. Pra sermos Hexa, precisamos primeiro ser campeões em 2009. Não vamos deixar de apoiar um minuto sequer.
3 - Contra-ataque ou jogo aberto pelas laterais: Se o grêmio - como eu prefiro acreditar - vem pra jogar futebol, sem a papagaiada que os adversários estão pregando, vamos ter trabalho se insistirmos pelo meio. E nesse ponto, cabe abrir o jogo pelas pontas, como fizemos, tardiamente, contra o goiás. O time deles virá fechado, as always, e não se furtará em tocar a bola de um lado para o outro, encebando o tempo. Nesse ponto, precisamos ser letais, pois é comum, nos duelos contra o grêmio, termos essa dificuldade ninja. O time deles é perigoso, mas reitero: se pressionarmos com força, eles vão peidar. E depois que a porteira abrir, aí já era. E não será preciso o mimimi de que eles abriram as pernas. Se jogarmos o feijão com arroz que o Andrade implantou, já era pra eles.
4 - Malas e malas: Eu prefiro acreditar no simples. Façamos nossa parte, e pronto. Estamos numa curva ascendente, embalados, e com sangue nos olhos. Aí, vem os babaquaras com aquela conversinha fiada, e esquecem que tiveram todas as chances reais de título. Agora, na nossa hora, vem esse papinho? Esqueçam essas merdinhas. Vamos pra cima, e pronto, e se tiver mala, façam como o pai: "Foda-se a mala."
5 - A torcida - Parte 2: Já demos nosso recado. Esgotamos os ingressos. Eu saio de Curitiba no sábado. Um amigo meu vem do exterior, dos USA, pra botar a faixa no peito. Os jogadores precisam entender esse nosso recado. Precisam entender que nossa fome de título é absurda. E precisam respeitar e alimentar nossa fome. Precisamos jogar juntos. Nada pra gente é mole. Tudo vem no perrengue. E, como sempre, somos desacreditados. A torcida não. Nós acreditamos. Nós abraçamos o time, e vice-versa. Agora é a hora do Fatality. Sem pena. Afinal, quem tem pena é galinha.
6 - Campeões em 2009: Como eu disse ali em cima, é preciso se campeão em 2009 pra ser hexa. Convergem, mas sem um não rola o outro. Vamos no Sapatinho, na Humildade Máxima, aquela humildade que nos é inerente na hora de olhar a tabela e pensar no jogo-após-jogo. Não culpo a alegria, a euforia, e principalmente a ansiedade da torcida. Eu to tomando 2 comprimidos de gardenal por dia. É isso ou porro meu chefe. Mas eu to focado em 2009. O número 6 é "apenas" A consequência.
7 - Medo: Medo? Vocês são hienas? Eu respeito. Mas medo, nem pensar. Somos o Flamengo. Com a humildade, mas somos o Flamengo. E dentro da nossa casa, temos que fazer valer nosso grito. Se eu estivesse com medo, nem teria comprado a passagem via Penha. Ficaria em casa, enchendo os córnos de vinho do Porto e torcendo pra tudo dar certo.
8 - São Judas Tadeu: O Santo das Causas Impossíveis. Estávamos 12 pontos atrás, sem a menor pretensão de nada. E chegamos. Abençoados por santos, orixás e tudo mais, chegamos. Fizemos o mais difícil. Agora, é acender a vela, prometer, rezar, orar, que tudo vai dar certo.
9 - Respeito: Times concorrentes e a tal da merda da porra da imprensa especializada só falam em "o grêmio vai entregar", blá, blá, blá, e esquecem da nossa arrancada. Esquecem do que fizemos. Como sempre, esses imbecis preferem valorizar o que não tem valor. Mas eis aí uma boa dica pra preleção do Andrade. Falar do valor que eles tem pra torcida, e do valor que receberam dos caras que dizem entender alguma coisa de futebol (se der mole, talvez nem saibam o que é uma bola). Vai ser maneiro responder com um título. Só não me peçam pra assistir os programas depois. Odeio choradeira.
10 - FÉ: Tenham FÉ. Acreditem. Mais do que nunca. Venho pedindo isso há algum tempo. Pode parecer um repeteco do item 8. E é.
E nada mais digo.
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