sexta-feira, 27 de novembro de 2009


EMBAIXADAS DA NAÇÃO – O FLAMENGO ONDE VOCE ESTIVER
Por Vinicius Nagem

Amigos do Blog da FlamengoNet,

Já estamos na quarta Embaixada sendo apresentada aos freqüentadores deste espaço virtual e esta que vocês terão o prazer de conhecer hoje é indiscutívelmente uma das mais atuantes e representativas Embaixadas da Nação. A história da sua fundação repete alguns dos momentos emocionantes das narrativas anteriores - que aqui já tivemos o prazer de desfrutar - demonstrando o fervor que contagia a todos que torcem pelo Mengão em qualquer lugar do planeta. Com a palavra, Nick Marvin, Vice-Presidente da FLA-JEQUIÉ.


O QUE É QUE A BAHIA TEM? TEM FLAMENGO SIM SENHOR!
* Nick Marvin – Vice-Presidente da Fla-Jequié

Jequié é uma cidade do interior da Bahia, que possui uma população em torno de 150.000 pessoas. Cercada de montanhas, a cidade sofre com o calor durante quase todo o ano é conhecida por possuir um clima comparável ao verão carioca. Mas não é apenas o clima que faz jus comparativo à Cidade Maravilhosa. Nossa cidade é sem dúvida um dos maiores redutos rubro-negros do interior da Bahia, e não estou me referindo ao rubro-negro genérico do nosso estado, o Vitorinha, pois a influência deste e também do tricolor baiano (Bahia) não se firmaram por aqui, aqui é mais provável se encontrar um torcedor vestindo a camisa do “Terek Grozny” da Rússia, do que desses clubes baianos.

Me refiro ao verdadeiro rubro-negro que arrebata paixões por aqui, que arrasta as massas em comemorações de campeonatos, que embeleza a cidade de vermelho e preto no dia seguinte a uma vitória contra um “Cardoso Moreira”. De fato impressiona os números, comprovados na final desse ano do Carioca, quando nós da Fla-Jequié colocamos um trio elétrico na comemoração e bateu todos os recordes de Micaretas anteriores na cidade, segundo dados da Polícia Militar e imprensa local.

Se por um lado a cidade tem essa característica forte de possuir essa grande massa flamenguista, por outro, evidenciava a frustração de vários grupos que tentaram criar uma Torcida Organizada do Flamengo na cidade, mas de alguma forma não prosperava, na maioria das vezes, por questões de organização. Em mim esse era um sonho juvenil, fazer parte de uma Torcida Organizada do Flamengo em minha cidade, mas algo diferente de tudo que havia visto até o momento, que não fosse nem como as TO’s do RJ, que possuem “brigadas”, “pelotões”, “batalhões” (similares às Forças Armadas, rs... ) em várias cidades da Bahia, nem tampouco nos moldes que alguns haviam criado em nossa cidade. O pensamento era reunir flamenguistas apaixonados e suas famílias, pra juntos torcermos, realizarmos ações em prol do clube na cidade, criarmos entre o grupo momentos de lazer, descontração, festas comemorativas, viagens para acompanhar o Flamengo e se possível quem sabe um dia sermos reconhecidos pelo clube.

E foi assim, que em um dia no ano de 2007 em conversas no msn com o amigo Fernando, resolvemos colocar em prática esse antigo sonho, ele que já havia tentado no passado criar a torcida Fla-Sol, mas sem sucesso. No dia seguinte estavámos reunidos com mais 11 pessoas, determinados a quebrar aquele tabu, de que torcida organizada do Flamengo não subsistia em Jequié. Naquele dia estava formada a diretoria da Fla-Jequié, que foi batizada inicialmente de “Avalanche Rubro-Negra de Jequié”, e pactuamos naquela reunião que nos organizaríamos de tal forma a viver a certeza de que enquanto houvesse Flamengo, a Avalanche existiria, perpetuada pelas nossas gerações.

Aquele grupo se rendeu ao desafio, e passaram a abdicar dos seus horários de folga, de momentos com a família, para estarem juntos reunidos, traçando metas, definindo estratégias para a realização desse intento, e buscando parceiros, já que o nosso objetivo era fazer algo proporcional ao apelo flamenguista que a cidade possuia. Por outro lado era comum entre todos o primar pela qualidade, já que era nosso objetivo desde o início, um ambiente família, dissociado da idéia de confusão, brigas e rivalidades extremas. Organizamos uma lista de flamenguistas que se encaixavam nesse perfil, e individualmente contatamos um a um, apresentando o nosso projeto e os convidando a se tornarem sócios da torcida. Não me lembro de nenhum diretor ter apresentado nas reuniões a recusa de alguém que havia sido procurado, e no período de um mês tínhamos em torno de 200 pessoas cadastradas, todas devidamente identificadas através de carteirinhas que fizemos e camisas da torcida. E a seleção, que foi feita, definitivamente, foi ponto decisivo para o sucesso.


A partir disso passamos a invadir os bares da cidade, o que virou uma verdadeira peregrinação, pois havia problemas com o espaço, os bares não comportavam, além disso o incômodo em dividir o local muitas vezes com torcedores de outros clubes. Depois de um jogo desses entre Flamengo X Vasco em um certo bar onde estavámos, decidimos naquela noite que no dia seguinte iríamos procurar um local para alugarmos, onde ofereceríamos conforto aos nossos sócios e um ambiente totalmente rubro-negro. Dois dias depois estavámos realizando mutirão e pintando de vermelho e preto uma famosa academia de Karatê da cidade, localizada no point dos bares da cidade. Quem passava por ali e via aquela cena parecia não acreditar, relutantes pelo insucesso de grupos anteriores, e perplexos quanto à extinção daquela tão importante academia.

Fixava-se naquele local a “AVALANCHE RUBRO-NEGRA DE JEQUIÉ”, com uma linda festa de inauguração que reuniu vários nomes importantes da nossa cidade, imprensa e os apaixonados rubro-negros que viam ali seus sonhos sendo realizados. Passamos a oferecer aos nosso sócios não apenas um ambiente para assistirem aos jogos, mas um ambiente de lazer e descontração, com serviço de bar, tênis de mesa, sinuca, torneios de dominó e baralho, e um espaço aonde eram realizados seus aniversários e de seus filhos, o que acabou propiciando a criação de fortes laços de amizades entre todos os sócios. Tudo estava acontecendo como imaginavámos, mas ainda faltava algo, era parte do nosso sonho...O Clube saber que nós existíamos, e que o Flamengo era a nossa vida, e faríamos tudo por ele. Passei a mandar fotos da nossa sede, encontros, dias de jogos e etc. para o Flamengo. Um dia recebi um e-mail de uma mulher, dando os parabéns e falando sobre um projeto do clube, que contemplaria esses movimentos espontâneos de torcedores pelo Brasil, que seria conhecido como EMBAIXADAS DA NAÇÃO, e ela me explicou o projeto e me enviou um documento com os requesitos necessários para se tornar uma Embaixada. Aquela mulher me apresentou a realização do meu sonho e daqueles bravos rubro-negros, que formavam a diretoria da nossa torcida. A partir daquele dia o nome daquela mulher estaria para sempre relacionado a concretização desse sonho: LETÍCIA MELO. Tudo que Letícia nos apresentou como requisitos nós já atendíamos, faltava apenas o nome, a partir dequele dia a Avalanche Rubro-Negra de Jequié, passou-se a chamar Fla-Jequié.

Me lembro como hoje de estar em lágrimas ao ver a primeira matéria da extinta Avalanche no site do Flamengo, colocado pela maravilhosa Marilene Dabus, que me tratou desde o primeiro contato com um imenso carinho e atenção, voltaria a chorar novamente, quando recebi o e-mail de que seríamos diplomados como Embaixada em um evento na Gávea, e simplesmente no dia do aniversário do Clube. Eu havia sonhado, mas não pra tanto, aquilo parecia irreal para um grupo de torcedores do Flamengo do interior da Bahia. Hoje a Fla-Jequié é uma realidade não apenas como torcida do Flamengo, mas como uma Embaixada, adquiriu respeito e admiração na cidade, pela organização, participação em campanhas sociais, trabalhos voluntários e etc, e da parte da torcida do Flamengo em nossa cidade, propiciamos aos muito torcedores a chance de irem aos jogos do Flamengo, de conhecerem o Maracanã, sonho de criança de senhores já de idade, abrimos um canal de contato com o Clube e tornamos o Flamengo real para cada um deles em Jequié. Com a visibilidade do trabalho realizado fomos convidados pela diretoria do Jequié Tênis Clube para deixarmos o aluguel e sem custo algum utlizarmos o clube como sede da nossa torcida, oferecendo aos nossos associados um lugar de excelente lazer, com piscinas, campos de futebol, quadras poliesportivas, salão de jogos e etc, sem que os nossos sócios paguem nada a mais por isso. Aproveitamos e no próprio clube lançamos a escolinha de futebol Fla-Jequié, que atende a várias crianças carentes da nossa cidade, e que é muito bem dirigida por dois diretores da nossa Embaixada que são formados em Educação Física.
A nossa diretoria hoje é composta por: Fernando Costa (Presidente), Nick Marvin (Vice-Presidente), Márcio César (Dir. Finanças), José Gargano (1º Secretário), Paulo Lago (2º Secretário), José Morbeck (Dir. Marketing), Franklin Jandiroba (Dir. De Eventos). Nesse um ano de diplomada, estamos todos muito felizes pelo que alcançamos e por tudo aquilo que concerteza ainda alcançaremos, mas certos de uma coisa: não há limites para os nossos sonhos, quando lutamos por eles!

Flamengo Net

Comentários