sexta-feira, 27 de novembro de 2009

COLUNA DE SEXTA-FEIRA - André Monnerat

O time para o jogo de domingo

Domingo passado era final de campeonato. Não deu, paciência. Este domingo, é final de campeonato de novo. E eis o primeiro passo para vencer a final: encará-la desta maneira. O adversário a ser batido é o Corinthians, só o Corinthians. E é preciso entrar em campo acreditando que é um bom time, com jogadores perigosos, que jogarão pra ganhar - para vencê-los, é preciso concentração e dedicação máxima.

O esquema do Corinthians é até parecido com o do Flamengo. Ronaldo joga como centro-avante fixo à frente, sendo ajudado por dois atacantes abertos - que devem ser Jorge Henrique e Defederico - que recuam para ajudar no meio, tanto na ligação quanto na marcação. Quem faz mais o papel de meia de criação é o garoto Boquita, mas os dois volantes - Edu e Elias, longe de serem apenas cães-de-guarda - têm boa chegada de trás. Não será supresa se, caso o time precise de mais poder efetivo durante a partida, Dentinho entrar no lugar de um dos meias, indo para o ataque e recuando um pouco Defederico para a armação. De qualquer forma, é um time capaz de criar jogadas tanto pelo meio, quanto pelas pontas.

E há Ronaldo. Não vou nem entrar na questão de uma possível motivação extra dele contra o Flamengo - independente disso, o cara é o centro-avante do adversário, um jogador com recursos que os outros não tem, e é preciso ter muita atenção. Porém, é bom também não ter medo - algo que tenho visto ser comum com Ronaldo desde que ele voltou ao Brasil. Quando o cara pega na bola, me parece haver sempre um excesso de temor pelo que ele vai fazer, e determinadas jogadas que ele tenta acabam só dando certo por conta disso. Ele é bom, sabe jogar e mesmo acima do peso manteve a explosão na arrancada; mas está sim sem mobilidade e, quando os zagueiros o encararem de frente, é questão apenas de terem tranquilidade para fazerem seu trabalho. Respeito, cuidado, mas nada de criar um monstro mais feio que a realidade.


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Fora a preocupação com o adversário, é bom o Flamengo jogar o seu melhor. Torçamos para que a preparação tenha sido boa o bastante para isso - apesar de Adriano, por exemplo, que já não treina terça, ter ficado de fora do treino de ontem por conta da tal queimadura no pé, pra lá de inoportuna.

Mas evitarei ser ranzinza mais uma vez com este tipo de coisa e ser otimista - acredito que o jogo passado tenha servido de lição e que vá entrar todo mundo com a faca entre os dentes. E, se for assim, time por time, objetivos por objetivos, o Flamengo tem toda a condição de sair com a vitória.

O time titular, todos conhecem e Andrade não vai mudar (se não for obrigado, claro). É com isso que vamos, e tem que ser o bastante. Mas eu gostaria que o técnico considerasse com mais carinho o aproveitamento de Fierro, que melhorou consideravelmente o time nas últimas duas vezes em que entrou e que, pra mim, é muito mais recomendado pra fazer a função de atacante/meia direito do que Willians, especialmente para um time que precisa da vitória. Já falei disso algumas vezes: não é uma questão nem técnica entre os dois, mas sim de conhecer melhor a função. O chileno sabe se colocar à frente da linha da bola, sabe a hora de partir pra receber na frente, Léo Moura entende a sua movimentação e, com isso, o time funciona melhor por ali. Willians é volante - um belo volante, e até com uma chegada interessante na frente. Mas isso se for partindo de trás, como sabe se colocar. Desde que Éverton saiu e Juan voltou, o time perdeu um tanto da boa movimentação que tinha pela esquerda e, com Willians, não compensa isso pelo outro lado.

Enfim: agora é todo mundo entrar pra fazer o seu melhor. E seja o que Deus quiser.


- ANDRÉ MONNERAT trabalha com marketing em Internet e escreve também no SobreFlamengo (sobreflamengo.blogspot.com e twitter.com/sobreflamengo)

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