Com linguagem informal, João Tavares - o Dão - comenta a movimentação dos torcedores antes/durante/depois dos jogos no Maracanã.
Bom dia nobre rubro negro. Confesso que eu não pilhei muito para escrever esse Clima de Maraca. Fiquei muito desanimado com o time domingo, mas em razão de alguns terem pedido e de ter tido um papo motivador com o Rondi me animei pra tentar passar pra vocês o dia que tinha tudo pra ter sido o dia da nossa liderança no brasileirão 2009.
Pra começar logo que cheguei ao Chico´s com 3 horas de antecedência já quase não conseguimos passar na rua para estacionar, a rua estava mais lotada que final de campeonato. Entrar no Chico´s? Foi a primeira vez que não bebi uma misera ampola do bar, a calçada dele estava simplesmente um calor infernal, do outro lado da rua tava mais tranqüilo, mas pra achar um ambulante tinha que praticamente subir em arvore e catar um pelo alto. O que ta bombando no recinto é cada galera com seu isopor, consumo próprio o choque de ordem não trava.
Os relógios das redondezas marcavam mais de 40 graus, mas mesmo assim todos chegaram cedo para torcer em cada uma das TVs do bar para o grande botafogo. Eu acompanhava de cima de um gelo baiano, de longe, com um olho na TV e um ouvido no radinho de pilha do amigo perto. Radinho de pilha o gol sempre chega antes e foi assim que eu vi um rubro negro solitário comemorando no meio da rua que eu soube que era gol do foguinho. E a festa foi como se a gente tivesse feito um gol de final de campeonato, e na verdade era. Quando a bambizada empatou já no finzinho do primeiro tempo nos dirigimos ao Maraca. Na fila para entrar vem a decepção, virada da bambilândia. Putz, cara amarrada em geral, passo a roleta e começo a subir a rampa do Bellini lamentando da vida, quando de repente a galera vibra de novo!! Cacete, mais um gol do Mengão, ops, do botafogo. É o empate no Engenhão.
Ao entrar no estádio o calor ta insuportável. O sol ta lá, na cara e eu confesso que foi a vez que eu mais suei dentro de um estádio de futebol na minha vida, e olha que eu não vesti meu Manto em nenhum momento, desde o Chico´s até chegar em casa. Eram 19:00 da noite (horário de verão), o sol se pondo e geral na arquibancada suava como eu nunca tinha visto antes. Acho que isso se refletiu muito dentro do campo, alguns jogadores ficaram exaustos com o calor.
De repente festa na favela, o Mengão tinha virado o jogo no engenhão. Ou seria o botafogo? Isso pouco importa, a festa é geral. O telão do Maraca anuncia o resultado, e ao acabar o jogo nós rubro negros entramos em estado de êxtase, como se não tivesse que ganhar de nenhum time depois, como se ninguém mais tivesse mais nada a fazer naquele dia, afinal o Mengo já era campeão. Só esqueceram de combinar antes com um certo time de verde, comandado por um certo treinador, que um dia no passado, muito no passado, já vestiu o Manto mas parece que guarda um rancor eterno pelo Mais Querido do Brasil.
E antes do time entrar tudo era festa (qualquer semelhança com um sete de maio é pura coincidência) e três pára-quedistas, um deles trazendo uma enorme bandeira rubro negra descem em pleno gramado do Maracanã.
Eu confesso que tava meio ansioso por conta desse mosaico. Não que eu curta mosaico, acho que fica muito bonito e tal mas acho babaquice principalmente porque fica numa disputa com o fluminense. Um faz assim, outro faz assado, pura vaidade. Oras deixem esse campeonato de mosaico na sala de troféus das laranjeiras, na minha eu quero a taça do hexa. Mas então, eu tava bolado da parada não dar certo, mas tirando a ilustríssima TJF aonde a letra O e R do MAIOR não se entendia nada, de resto foi perfeito, ficou lindo mesmo. Parabéns à Urubuzada pela idéia, pela Olympikus por bancar e toda a torcida, inclusive organizadas, por deixarem a vaidade de lado e vestirem uma única camisa.
O jogo começou tenso, e mais tenso ainda ficou quando um cidadão da torcida jovem subiu na grade que divide a amarela da verde. Como o cidadão estava atrapalhando a visão de quem tava na amarela todos pediram “gentilmente” para ele sair, mas como ele é da jovem e não obedece ninguém, nem a mãe, um ser humano desprovido de inteligência foi lá e empurrou o cara lá de cima. Bem, diante disso eu preciso dizer mais alguma coisa? Só podia terminar em porrada, subiram uns 20 na grade, para pegar qualquer um de bode expiatório, e acertaram um rapaz, coitado, que nada tinha a ver. A PM chegou mostrando todo aquele seu bom serviço reconhecido mundialmente, distribuindo bolacha a torto e a direito. Foi quando um PM, também desprovido de cérebro dispara um spray de pimenta. Bingo, foi só uma nuvem dele vir em nossa direção e batata, minha mulher passou mal. Tadinha eu sei o mal que essa porra faz, trava garganta e respirar fica muito difícil. Abre passagem galera que a gente ta indo lá pro outro lado, a educação dessa torcida nos faz pensar que ali as coisas não iam terminar bem.
Assistimos o final do primeiro tempo lá na outra amarela, na 22. Do jogo não quero mais falar, por incrível que pareça só gostei do Léo Moura, mesmo deixando um rombo na defesa ele buscou a vitória, agrediu o jogo todo. A torcida não fez feio, teve hora que não dava pra cantar mesmo, a tensão e ansiedade falavam mais alto. A volta pra casa realmente podia ter sido melhor.
Só mesmo um tal de Antonio José Rondinelli Tobias para me encher de animo no dia seguinte. O cara falou que o Goiás vai ganhar dos bambis domingo. E eu sempre acreditei nos meus ídolos. Agora Flamengo, esqueça o jogo deles, foco total no curintia e no gordinho. E fé galera, muita fé.
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