quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Um resultado emblemático

No ritmo que a coisa anda, pontuaremos aqui e ali, seremos uma balança fiel no campeonato, a torcida vai ter esperanças e... acabaremos simplesmente sem nada. A arrancada servirá para nos tirar do Z4 e disputar o G4. Mas só disputar. Não deixa de ser louvável em algum sentido, assim como não deixa de ser medíocre em muitos outros.

Time que aspira chegar no grupo de cima precisa saber segurar o jogo. Faz três anos que o Flamengo não sabe. No ano passado, Cabañas se aproveitou muito bem disso. Ontem, o Vitória impôs uma correria e o time aceitou ao invés de tocar bola e fazer falta no campo de ataque. Básicão do futebol de campo.

Se tudo que o clube aspira é chegar entre os oito primeiros, tudo bem. Só seria bom que os dirigentes explicassem que é isso que podemos ter. Até para a torcida cobrar de acordo. O que não dá é para oferecer bicho por quatro pontos a cada duas rodadas, o que deve nos deixar longe do G4. Era melhor oferecer prêmio por sequência de três vitórias, o que ainda não tivemos. Esse prêmio vai simplesmente enaltecer o que nós já praticamente conseguimos: permanência na série A e classificação para a Sul-Americana.

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Todo técnico que está começando tem um defeito comum: mudar suas convicções de acordo com o resultado. Andrade começou com um time no domingo e a entrada de um terceiro volante foi vista como imprescindível para ganharmos o jogo. Não significa que três volantes vão ganhar todos os jogos. Longe disso.

Se você tem três jogadores de defesa no meio campo, a tendência é que o terceiro marque sempre mais recuado do que um jogador ofensivo. Normal. O cara joga daquele jeito há anos.

Contra um time ofensivamente afobado e defensivamente desorganizado como o Flu isso basta. Você toma a bola no meio e o adversário não consegue marcar a saída de bola.

Contra um time com mais organização, não é o suficiente. Você toma a bola e a falta de opções ofensivas torna a saída mais previsível. Com a marcação mais recuada você dá mais espaço para o adversário. Se o time tem muitos jogadores ofensivos, marca sob pressão e impõe correria, pode ser fatal. Foi o que houve no primeiro tempo.

Na verdade, só empatamos o jogo porque o Vitória tem uma vocação ofensiva que seria suicida se o time não tivesse algum padrão de jogo. Na real, o resultado de ontem demonstra que a gente tem tudo pra manter essa invencibilidade por muito tempo, mas aumentar o número de vitórias vai ser mais difícil.

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Lamento que Mancini não tenha treinado o Flamengo. Se isso tivesse acontecido, talvez os jogadores tivessem a mesma motivação do domingo passado. Quem sabe um dia a gente não tenha um grupo que sempre cresça por usar a nossa camisa e não para provar algo para quem está do outro lado. Oremos.

Flamengo Net

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