Então, aqui estamos nós, na casa do Mickey na Flórida, brincando em todo tipo de montanha russa, enfrentando um calor insano e chegando ao hotel toda noite mais mortos que vivos. Enfim, estamos nos divertindo prá caramba!
Mas, como nem tudo é perfeito, acabei tirando férias do Flamengo também. Não vi nenhum dos três últimos jogos (incluindo esse contra os Bambis), parei de namorar a tabela do campeonato e não faço idéia do que o Andrade anda fazendo com o time. Logo, não sei se ainda temos chances de campeonato ou G4, se o Palmeiras ainda tem toda a sorte do mundo ou se os árbitros ainda erram coincidentemente a favor de times paulistas semana sim, outra também.
E é por estar vivendo esse pequeno auto-exílio que comecei a desenvolver um campeonato próprio – uma maneira pobre de compensar o desligamento forçado. Como por aqui tem uma quantidade enorme de brasileiros, resolvi contar quantos Mantos Sagrados eu veria durante esses dias em que vou ficar andando a toa, e comparar com a quantidade de camisas de outros times. Uma maneira de testar a teoria do Paulo Lima lá de Noviorque de que brasileiros no exterior seguiriam a mesma proporção torcedor/população que temos no Brasil.
Bom, tenho que confessar que estou decepcionado. Vi apenas 3 camisas do Flamengo contra 2 (de cada) de Internacional, São Paulo, Corínthians e (surpreendentemente) Santos, além de uma do Fortaleza e outra do Atlético Mineiro.
Muito pouco para a mais que óbvia superioridade Flamenguística, o que me leva a concluir que o grupo de brasileiros que usam camisa de futebol na Flórida em outubro não é um corte estatisticamente representativo da população brasileira.
Mas uma vitória apertada é ainda uma vitória e, para comemorar, coloquei ontem minha camisa nova, a branca (com o número 6 do grande Andrade nas costas).
E qual não foi a minha surpresa ao chegar logo cedo na entrada dos Parques da Universal e ser saudado por um guarda de segurança.
Estranho, pensei.
Olhei o crachá dele, Ronald, de Nova Jersey. Nada especial, um senhor branquelo com seus cabelos brancos. Só que ele sorriu e me disse, em um ótimo português:
- bela camisa essa sua. Um grande time.
Eu, no susto, respondi meio que por reflexo:
- um dos maiores...
E ele, de bate pronto, me corrigiu:
- um dos maiores, não. O maior de todos!
Sai de lá rindo feito um bobo, orgulhoso. Só o Flamengo, mesmo, para criar uma situação em que um americano iria me dar uma lição de rubro-negrismo.
(agora que contei essa historinha boba, alguém pode me dizer o que andou acontecendo durante essas duas últimas semanas?!?!)
|