O time para o jogo de amanhã
Enquanto começo a escrever este texto, ainda não há notícia confirmando se Petkovic terá ou não condições de jogo amanhã, contra o Santos. Depois da péssima atuação de anteontem, ficou a convicção em todos do tamanho da importância do gringo. As entrevistas de Andrade são todas sobre como o time precisa aprender a jogar sem ele, as conversas dos rubro-negros são sobre o que deve ser feito se ele realmente não puder entrar em campo.
Todos já devem ter se dado conta de que a série invicta do Flamengo coincidiu com a série de jogos seguidos com Petkovic em campo. Tenho certeza que não foi só a presença dele que fez o time embalar; o seu retorno, na época, coincidiu com a volta de outros jogadores e com a chegada de Álvaro e Maldonado, que deram um belo upgrade na defesa. Mas quero dividir com vocês alguns números sobre o Fator Pet, pra vocês verem o quanto o ataque, mesmo com Adriano em campo, produz consideravelmente menos sem um armador no meio-campo. Pode ter algum errinho na conta, mas é por aí:
- Sem Petkovic em campo, a média de gols do Flamengo (apenas nos jogos com Adriano jogando) é de 1,43 gols por jogo - 23 gols em 16 partidas. Projetando esta média para as 32 rodadas já disputadas, o time teria feito 46 gols - o bastante para ter o décimo melhor ataque do campeonato.
- Com Petkovic jogando - com ou sem Adriano -, a média sobe para 1,76 gols por jogo. Com este desempenho em 32 rodadas, seriam 56 gols - o time teria o segundo melhor ataque da competição, dois abaixo do Grêmio. A conta começa na partida contra o Náutico, no Maracanã, a primeira em que Petkovic jogou um tempo inteiro.
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Se Pet não jogar, o que fazer? O Flamengo até teria dois jogadores que poderiam ajudar a diminuir o tamanho da ausência de seu grande armador, mas infelizmente eles também estão fora, sem data pra voltar: Éverton e Kléberson.
No lugar de Andrade, simplesmente usaria Camacho em seu lugar. É o único entre os reservas que tem jeitão de meia, de bom passador. É garoto, mas já entrou em diversos jogos no ano - 7 só com Andrade, bem mais tempo do que o treinador já deu, por exemplo, a Erick Flores. Sei que, nestas oportunidades, ele não teve ainda nenhuma grande exibição. Mas sua entrada seria uma maneira de manter os demais jogadores nas funções em que se sentem melhor.
Há outras opções. Já ouvi a sugestão de retornar ao antigo esquema que vem da era Joel, soltando os alas e forçando o jogo aéreo para Adriano; também há os que gostariam de ver Éverton Silva na lateral e Léo Moura no meio-campo. Futebol não é uma ciência exata. Certo é que, na partida passada, o time não funcionou bem e, infelizmente, o tempo disponível pra treino entre um jogo e outro praticamente inexistiu. Que Andrade saiba usá-lo para treinar da melhor maneira possível a opção que escolher e passar para os jogadores um pouco de confiança - que eles acreditem que sim, é possível jogar bem sem Petkovic.
Mas pode ser que Pet jogue. Na verdade, estou apostando nisso. E, se ele estiver disponível, Andrade já sabe bem qual é seu time titular.
Só é bom não acreditar que o simples retorno do 43 vá bastar para o time apresentar um grande futebol. É bom dizer: o primeiro tempo contra o Palmeiras e o jogo contra o Botafogo já haviam tido momentos bem complicados, mesmo com Petkovic. Inclusive com o problema que ficou mais evidente contra o Barueri: a dificuldade na saída de bola quando o adversário adianta sua marcação. De um jeito ou de outro, é bom que Andrade chame a atenção de seus jogadores: o Flamengo ainda está na briga e tem potencial para se dar bem nessa reta final de Brasileiro. Mas, pra isso, tem que jogar o seu máximo.
E quero chamar a atenção para um detalhe: a escalação do banco de reservas. Contra o Barueri, Andrade fez Mezenga e Dênis Marques sentarem juntos. Não é muito fácil imaginar uma situação em que a entrada dos dois juntos pudesse ser útil.
Se Petkovic puder jogar, há a questão do limite de estrangeiros (que não existia na última partida); caso contrário, eu levaria Maxi para o Maracanã.
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