sexta-feira, 16 de outubro de 2009

COLUNA DE SEXTA-FEIRA - André Monnerat

O time para o jogo de domingo

Vocês já devem ter lido sobre o teste de Andrade que a imprensa pôde assistir no treino fechado de ontem: quatro volantes no meio-campo, Zé Roberto e Petkovic no ataque. O Lance chegou a dar a manchete "Andrade escala quatro volantes".

Ainda bem que não deve ser isso aí que veremos em campo no domingo - a não ser, quem sabe, durante a partida, em alguma situação específica. Afinal, não dá pra imaginar que Andrade vá tirar Adriano, Petkovic ou Zé Roberto do time titular - e, com os três em campo, já não há como ter os tais quatro cabeças-de-área. Anima ainda a declaração de Andrade na ótima entrevista que deu ao GloboEsporte: "depois do empate por 0 a 0 com o Atlético-PR, em Curitiba, quando não demos nenhum chute, percebi que era hora de mudar. No jogo contra o Santo André deu certo e mantivemos. Contra o Inter, mesmo debaixo de chuva, o time jogou bem e amadureci a ideia: essa é a forma de jogar dentro e fora de casa. Agora não tem como mudar." Vamos torcer para que seja pra valer.

Infelizmente, parece pouco provável que Fierro tenha a chance de ser novamente titular nesta partida. Sem ele, nas últimas partidas o time tem jogado torto, atacando sempre pelo lado esquerdo - e isso seria especialmente ruim contra o Palmeiras. Isso porque Armero é justamente o único lateral que Muricy terá em campo com algum jeito para apoiar - e não atacar por seu lado é deixá-lo mais tranquilo pra isso. O chileno nunca foi brilhante, mas nas últimas chances que teve soube tanto dar opção de jogadas de ataque pela direita quanto mostrar bom poder de marcação.

Diego Souza também costuma cair bastante pela esquerda na hora de atacar. Resta torcer para que Álvaro realmente esteja em campo e que, se ficar de fora, Andrade não tenha mesmo a intenção de colocar Wellington em seu lugar. No jogo do primeiro turno, no Maracanã, era até constrangedor como Wellington simplesmente não sabia o que fazer para marcar Diego Souza quando ele tinha a bola. Aírton realmente voltou a encontrar o seu melhor futebol jogando como volante - mas hoje, sem David e Fabrício, a melhor opção para a zaga em caso de ausência de um dos titulares é mesmo recuá-lo para a defesa.

Há que se tomar cuidado ainda com duas outras armas palmeirenses. A primeira é Cleiton Xavier - um meia que costuma ficar desaparecido a maior parte do tempo, participa pouco do jogo, mas que é o líder do time em assistências. A segunda são os contra-ataques; Muricy já venceu três Brasileiros seguidos os utilizando como grande arma - seu time marca muito, é forte nas bolas paradas e nos chutes de fora e, depois de arruamar um golzinho, se tranca e procura definir a partida nos contra-golpes. E mesmo que o Flamengo jogue com sua zaga titular, ela não é conhecida exatamente pela velocidade - imaginem Álvaro ou Angelim tendo que correr atrás de Vagner Love num lance como o de seu gol contra o Cruzeiro, no Mineirão. É preciso saber evitar que este tipo de jogada pegue a defesa desprevinida.

O que não quer dizer que o time não deva buscar o ataque, mesmo que não esteja perdendo. Empatar com o líder do campeonato, em seu estádio, normalmente é um bom resultado - mas devemos lembrar que o Flamengo tem apenas mais três jogos no Maracanã até o fim do ano e, se pretende mesmo chegar a algum lugar neste campeonato, precisa vencer fora de casa. O adversário é complicado, mas o Flamengo tem jogado melhor (embora a diferença entre as campanhas dos dois, no segundo turno, seja de apenas um ponto). Dá pra buscar a vitória.

- ANDRÉ MONNERAT trabalha com marketing e Internet e escreve também no SobreFlamengo.
- No Twitter: twitter.com/sobreflamengo

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