quinta-feira, 16 de julho de 2009

Resenha de quinta

Comprometimento

No Dicionário Aurélio, achamos a seguinte definição para a palavra "comprometimento"

[De comprometer + -imento.]
S. m.
1. Ação ou fato de comprometer(-se).

Fazendo a busca completa, encontramos em "comprometer" seis definições. A que mais define ao que quero explicar é justo a última.

V. p (de verbo pronominal)
6. Assumir compromisso, responsabilidade; obrigar-se:

Passada a tentativa de aula de gramática, vamos aos fatos. Na semana passada, abordei aqui na coluna o modus operandi vigente no Flamengo de uns anos pra cá, onde "planejamento" parece ter sido um termo/conceito banido do clube. Tudo, tanto fora do campo, quanto dentro dele, é resolvido na base do jeitinho. E assim vamos, de fracasso em fracasso, remoendo os mais recentes micos, e pensando como as coisas poderiam estar melhores se houvesse organização, planejamento e COMPROMETIMENTO.

Sim, comprometimento com as coisas do Flamengo. Comprometimento com a história do clube, com sua origem, com suas conquistas, com a imensa nação de torcedores. E hoje, depois de mais uma pífia atuação da equipe, fica claro que essa falta de comprometimento (a falta de assumir compromisso, a falta de responsabilidade, a falta de se obrigar) faz com que, pra eles (dirigentes, comissão técnica, jogadores), seja mais uma derrota.

Perder não é o problema. Não se ganha sempre, nem no futebol, nem na vida. O problema é como se perde. Como se monta um time fadado ao fracasso, com jogadores sem nenhum COMPROMETIMENTO com qualquer coisa que não seja de seu interesse próprio. Ou com jogadores que não tem condição de atuar em uma equipe profissional de primeira linha - ou que deveria se propor a ser de primeira linha.

Ontem à noite, conversando com o Alex do Triplex durante o jogo, e logicamente, zapeando entre o Fla x Palmeiras e o Cruzeiro x Estudiantes, ficou clara a diferença - que é cultural no futebol - de envolvimento do jogador na partida. E nem se pode alegar "ah, mas era final de Libertadores". Os argentinos, de maneira geral, jogam todos os jogos "hasta la muerte". O comprometimento deles é sempre alto; jogam com intensidade. E isso, uma hora, faz diferença.

Como já discutimos aqui, a saída do Cuca é questão de tempo. Não é o remédio ideal, mas nesse meio, é mais fácil trocar o técnico (ou o técnico e sua comissão) do que mandar 15 atletas embora. No atual caso do Flamengo, não adiantaria nada mandar o técnico e 15 atletas embora, se a estrutura vigente de administração do clube não mudar e se a mentalidade do Departamento de Futebol não mudar. É só aumentar a lista de credores, que já não é pequena.

O Brasileiro já teve cerca de 30% das rodadas disputadas, e já sabemos que a não ser que um milagre aconteça, o time não vai ser campeão e, dificilmente, vai chegar à Libertadores. Domingo tem jogo contra o Botafogo, e a única coisa que eu gostaria de ver era que esses caras (e não falo só dos jogadores) tivessem um pouco mais de respeito. Se eles não tem autorrespeito, é problema deles. Mas podiam respeitar, ao menos, o que o Flamengo significa.

Até semana que vem.

Anderson Lopes no Twitter - http://www.twitter.com/djmangueira

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