Primeiro eu, depois eu, e por fim, eu.
A cada dia que passa me conscientizo de um fato muito triste: existem, dentro do Flamengo, pessoas que não são Flamengo. Dizem que são, mas o objetivo de vida mor é olhar pro próprio rabo e achar lindo.
Eu não vivo o dia-a-dia do clube. Mal moro no Rio de Janeiro. Mas é absurdamente lamentável ver que, quando tentamos arrumar patrocínios (por mais que seja um pra hoje, outro pra amanhã), vem um grupo que se diz comissão sei-lá-do-que e veta tudo e acaba com as possibilidades do clube faturar. Como se estivéssemos ricos, equilibrados financeiramente, e sem impostos pra pagar.
O que mais me assusta é que esses caras - sim, não pretendo me referir a eles como homens ou como dirigentes - se dizem torcedores do clube. Fazem juras de amor, brigam na porta dos estádios, mas a encenação, a palhaçadinha, tudo vai por água abaixo quando os jornais publicam as pixotadas desse tal grupinho.
Um dos problemas desse clube é a vaidade. Em tempos dessa tal crise, iniciada no fim do ano passado, arrumar uma empresa que case 20 milhetas em algum clube já é difícil. Num clube zoneado e politicamente quebrado como o Flamengo, então, pior ainda. Ninguém tá jogando dinheiro pela janela, e por mais que o retorno supostamente garantido por patrocinar o clube de maior torcida do país exista, poucos se arriscam na empreitada.
Em suma, o Flamengo que já não é do Flamengo, pois sua torcida é impedida de comprar títulos e participar de eleições - claro, você acha que essas comissões aí querem largar o osso, e vão dar esse mole em ano de eleição? - se torna um clube de um grupinho de pessoas com próprios auto-interesses particulares (se me permitem o pleonasmo repetitivo redundante), cujas decisões só aumentam ainda mais o problema do clube.
E acreditem: esse grupelho quer formar a próxima diretoria. Dane-se o clube, viva o interesses deles.
Sobra vaidade, falta vergonha nos córnos. Falta caráter, falta tudo.
E pouco me importa a verdade, a justificativa. O Flamengo não é dessa corja.
O Flamengo é nosso.
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