terça-feira, 9 de junho de 2009

ESTRELA, ALMA E CANTIGA DE NINAR


Poucos meses depois que o Maracanã foi palco da enorme tristeza de 50, nasci, ouvindo cantigas de ninar que, como a milhões de outras crianças, ameaçavam com a Cuca, aquela que nos viria pegar se a gente não dormisse logo. Nem sei se as mães ainda cantam essas coisas, os pais recentes podem testemunhar melhor, eu nem avô sou ainda. A dúvida mesmo, nem é essa. Eu me pergunto é porque nossos “bebês”, essas crianças mimadas criadas e sustentadas a pão-de-ló lá na Gávea não tem o mínimo medo da Cuca. Digo, do Cuca. Eles não estão preocupados que o Cuca possa pegá-los. Pegar no sentido específico que o Alex usou num comment pelo qual pediu desculpas aos olhos femininos do Blog.
Me ocorreu que para poder causar esse tipo de reação, temor e respeito eles teriam que olhar para cima, ofuscados pela estrela e seu brilho. Só que o brilho dessa estrela até aqui é fraco, opaco, quase inexistente. Quem realmente tem estrela se impõe pela competência, liderança e capacidade, que na maioria das vezes se transformam em sucesso, em autoconfiança e em superioridade. Nada disso parece ocorrer nesse grupo. A bem da verdade, cada vez mais me parece que falta alma a esse conjunto de bons jogadores, muitos deles selecionáveis. A alma que transforma os meramente bons em especiais, que contagia os medianos e os arremessa de forma incontrolável em busca da superação. A gente vê uns lampejos disso, às vezes. No Toró, no William, no Ibson e quase sempre no Angelim. Mas é muito de vez em quando. É como se a alma do time se ausentasse frequentemente, para dar aqueles passeios relatados em casos de gente que se vê fora do próprio corpo. Acho que a última vez que a alma rubronegra se fixou ao grupo e não arredou pé até conquistar o nirvana foi com o grupo do Júnior. A cada derrota imbecil como essa me vem à mente a alegria infantil do vovô-garoto pulando como criança após marcar seu gol e dar o passo definitivo em direção a nosso último título brasileiro. Aquele grupo tinha alma e tinha estrela e, na verdade, nem era tão especial e talentoso. Os atuais parece que estão mais para luas, sem brilho e sem calor próprio. Quanto à alma, às vezes chega através de algum novo participante que seguramente há de ter um perfil que há décadas não se vê na Gávea. Espero que ainda possam recuperar essa energia e capacidades. Ou que um milagre faça chegar alguém com a alma guerreira que contagia. Ou então, que a(o) Cuca os venha pegar e vão todos juntos para onde estão merecendo

Flamengo Net

Comentários