sexta-feira, 29 de maio de 2009

COLUNA DE SEXTA-FEIRA - André Monnerat

E se todas as especulações sobre o Flamengo se tornassem realidade?

2009 começou festivo na Gávea, apesar do clube ter visto a classificação para a Libertadores escapar por entre os dedos na última rodada do Brasileiro do ano anterior. Pra passar por cima da tristeza, Márcio Braga e Kléber Leite conseguiram apresentar, juntos, antes do estadual, a dupla Carlos Alberto Parreira / Ronaldo. 

- Esqueçam essa besteira de festa do hexa - declarou o triunfante presidente rubro-negro. - Já estou encomendando a comemoração do Bi Mundial!

Realmente, um momento de reformulação importante. Enquanto a dupla de astros chegava, acompanhada de Zé Roberto, Léo Moura partia para o CSKA, e Juan se juntava a Thiago Silva para um período de adaptação ao Milan, onde começará a jogar no meio do ano. Kléberson, da mesma maneira, partia para disputar a Libertadores pelo Grêmio. 

O Estadual começou e Ronaldo, mesmo acima do peso, fez seus gols nos Tigres, Resendes e Madureiras da vida - mesmo com o time jogando mal. Veio a conquista da Taça Guanabara vencendo, nos pênaltis, o Botafogo, depois de 0x0 no tempo normal.

Foi o primeiro de uma sequência de oito jogos sem marcar de Ronaldo. Se via que o grande problema era que a bola não chegava - os laterais faziam falta, Zé Roberto não rendia no meio. Pra resolver o problema, foram contratados Roberto Carlos, para substituir Juan,  e Lúcio Flávio, em troca-troca com o Santos por Obina. Com a chegada de Lúcio Flávio, decidiu-se também apostar numa troca de Zé Roberto por Wellinton Paulista, do Cruzeiro. Mas nenhum dos deles se encaixou rapidamente, e a torcida já começava a ficar impaciente com Parreira.

Nas semi-finais da Taça Rio, derrota para o Fluminense. Foi a primeira partida em que Ronaldo teve que ouvir o coro de "Obina!" da torcida, saudosa do antigo ídolo que entrou em campo por poucos minutos na temporada. Parreira não substituía Ronaldo de jeito nenhum, mesmo com ele obviamente fora de forma. Com a falta de oportunidades, também Josiel se mandou, para o Atlético-PR. 

A irritação da torcida com os galáticos rubro-negros teve uma pausa com a conquista do tri-estadual em cima do Botafogo, novamente nos pênaltis - comemorada em clima de euforia com a perspectiva da chegada do Imperador Adriano, que vem pra resolver o problema do ataque. Mas voltou com toda a força com a eliminação da Copa do Brasil, em jogo dramático no Beira-Rio contra o Inter. A classificação escapou em um lance de bola parada no último minuto - D´Alessandro bateu falta da esquerda e Andrezinho, nas costas do desatento Roberto Carlos, marcou o gol colorado.

Foi o bastante pra Kléber Leite convencer Parreira a passar para um cargo de gerência do departamento de futebol. Já estava claro pra todos que juntar Parreira, Ronaldo, Adriano e Roberto Carlos no festivo ambiente da Gávea só podia dar em fracasso. Assim, Cuca chega com a missão de organizar o time para o Brasileiro - já sabendo que não contará com Íbson, um dos poucos poupados pela torcida, que está de partida para o CSKA. Mas aliviado pela contratação dos jogadores que deverão resolver o problema de criação do time: Morais, Marquinhos (trocado por Fierro com o Palmeiras) e Petkovic.

O time-base do treinador deve ser Diego; Júlio César, Dedé e Angelim; Éverton Silva, Willians, Lúcio Flávio, Morais e Roberto Carlos; Adriano e Ronaldo.


E fora de campo?

Sem o patrocínio da Petrobras, a diretoria conseguiu alguns acordos para aliviar a situação de grana do clube. Foi o caso da contratação de Petkovic, com renegociação da dívida; um acordo com antigos credores que, além de perdoarem as dívidas, ainda colocaram dinheiro no clube pra pagar salários (vai entender!); e um misterioso acerto que Kléber Leite anunciou para "garantir os salários em dia até o fim do ano". Especula-se que seja com a Sombra Espionagem, empresa de arapongagem que já tinha ligações nebulosas dentro da Gávea.

Mas isso foi apenas um momento inicial. Com o trabalho na surdina do departamento de marketing, logo o clube conseguiu concretizar a promessa de Márcio Braga em 2008 e tornar o Flamengo o maior arrecadador da América Latina. Foi com orgulho que anunciaram um inovador patrocínio casado de camisa, em que lia-se a mensagem: "abasteça o seu Fiat nos postos Esso". Isso na camisa rubro-negra; num esforço incrível de negociação, ficou acordado que na branca entraria a Texaco. E há conselheiros negociando para que a Petrobras volte ao clube, estampando sua marca no terceiro uniforme que vem sendo desenvolvido pela Olympikus.

Nas costas, Coca-Cola e Vigor; nas mangas, Dafra e Oi; no calção, Olympikus Tube. Juntando todos os contratos fechados, são 100 milhões de patrocínio por ano, fora o contrato de fornecimento de material esportivo com a Olympikus. É pena que a maior parte acabe indo pra Ronaldo, devido aos termos de seu contrato. Mas ainda sobra uma grana boa, que a diretoria agora estuda se gastará no novo CT ou na contratação de Dida, do Milan, desejado por Parreira como substituto de Bruno, de saída para o Benfica.


O elenco do Flamengo para o Brasileiro 2009:

Goleiros: Diego, Marcelo Lomba e Paulo Vítor
Laterais: Éverton Silva, Roberto Carlos e Ernâni
Zagueiros: Ronaldo Angelim, Júlio César, Dedé, Fabrício e Thiago Salles
Volantes: Willians, Aírton, Toró e Lennon
Meias: Lúcio Flávio, Morais, Petkovic, Marquinhos, Éverton e Flamel
Atacantes: Ronaldo, Adriano, Robinho, Wellinton Paulista e Arthuro


• ANDRÉ MONNERAT trabalha com marketing e Internet e escreve também no SobreFlamengo.

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