segunda-feira, 4 de maio de 2009

CADERNINHO DO SIMÕES LOPES
NOTAS DE RODAPÉ

TRIUNFANDO
Se há um jogador que simbolize este último tri, sem dúvida é o Bruno. Mesmo dando umas "escorregadas" esporádicas, continua sendo o goleirão intransponível nas decisões. Defende pênaltis como poucos e foi fundamental em todos os jogos importantes. Aírton e Willian cumpriram bem seu papel de "carregadores de piano", com o primeiro esbanjando calma na cobrança de pênaltis (batedores arcoíris, aprendam com ele!). A zaga seguiu bem, apesar da trapalhada final do Fábio Luciano (meter a mão na bola justamente quando ela descaía para o miolo da zaga chorosa com ótimas possibilidades de gol). Parabéns também para os jogadores que mais uma vez mostraram ter sangue frio na disputa de penalidades.
TRITURANDO
Mais uma vez o Flamengo sagrou-se campeão estadual, mais uma vez pela terceira vez seguida, mais uma vez tricampeão. Na primeira década do século ganhamos cinco campeonatos de nove disputados; se incluirmos o ano de 2000, são seis títulos em dez campeonatos. Seis finais disputadas, e nenhum vice. De quebra, pela primeira vez em mais de um século de história atingimos a hegemonia no número de títulos, mesmo disputando contra dois adversários bem mais antigos (Flu e Bota). Mesmo se levar em conta apenas a "Era Maracanã", nosso domínio é incotestável. Em meus 31 anos de torcedor, é o 14.º título carioca que comemoro. Mudou o vice, mas não muda o campeão.

TRISCANDO
Acho que jamais, em campeonato algum, o Flamengo fez tanto esforço para não ser campeão: entregamos uma Taça Guanabara de presente perdendo pro Resende; esbanjamos incompetência contra o Flu perdendo pencas de gols; nosso ataque continuou uma nulidade nos três últimos jogos contra os botafoguenses, e fomos salvos por gols-contra providenciais; no último jogo, abrimos 2x0 e transformamos uma virtual goleada em uma quase virada impensável. Podia ter sido mais fácil. Espero que o título não sirva para abafar todas as deficiências do time, e que acreditemos que a vinda de Adriano será a solução para todos os problemas. Nos falta um jogador que arme as jogadas e que dê um toque de qualidade (por que não a volta do Pet?), e se jogadores serão vendidos, que se busquem peças de reposição. Não me agrada depender eternamente de um sistema engessado por quatro volantes. Léo Moura precisa voltar a ser eficiente, e Íbson não está jogando o bastante para ser visto como indispensável. Mas uma vez triunfantes em âmbito local, é preciso nos concentrar nas disputas mais importantes do resto do ano, o Brasileiro, a Copa do Brasil e a Sul-Americana (não vale muito, mas é sempre bom mais um título). Temos parada duríssima contra o Fortaleza, e precisaremos de gols. Para conquistas maiores, precisamos melhorar muito. Minha reclamação não é cornetagem, mas realismo.

TRIPAS DE AÇO
Descobri ontem que não sofro de nenhum mal cardio-vascular, pois se padecesse, não estaria vivo para escrever estas linhas... É o terceiro tri que eu assisto em minha aTRIbulada vida de torcedor: aos nove anos, vi Tita estufando as redes do sempre-freguês Leão com uma cabeçada estupenda; aos 31, pulei de alegria com o chute do Pet; e agora, aos 38, fiquei rouco de tanto berrar após o Bruno defender mais um chute.
E o Obina? Continua sem fazer gols... mas agora passou a se chamar Otrina.

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