quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

VIRANDO A PRÓPRIA MESA ( Copyright Ricardo Semler )

Sabe quando eu vou começar, realmente, a acreditar que o Flamengo virou a própria mesa?
Quando for anunciada para as categorias de base a contratação de um preparador formador, com experiência em treinamento de fundamentos, disciplinador ( daqueles que pega o garoto e, antes de aceitá-lo, manda pesquisar sua formação, seus valores, se tem um mínimo de retaguarda familiar e não tem tendências à esbórnia descompromissada, etc... );
Quando for anunciada a inauguração da estrutura mínima definitiva do CT do Ninho do Urubu, incluindo alojamentos, sala de musculação, vestiários decentes, ginásio fechado para dias de chuva intensa, aparelhos de primeira linha e salas de treinamento com equipamentos de vídeo, áudio e que-tais;
Quando o departamento de marketing lançar a campanha definitiva, baseada em um cadastro completo e abrangente de torcedores no Brasil inteiro, em pesquisas de mercado confiáveis e em estudos realizados por profissionais comprovados, visando a formação de um quadro significativo de sócios-torcedores mensalistas e outro de sócios off-Rio com quantidades compatíveis com a grandeza da torcida do Flamengo no Rio e no Brasil.
Quando o patrocinador principal do Flamengo for escolhido através de uma licitação pública, às claras, com valores conhecidos por qualquer torcedor, e onde se possa ter certeza de que os melhores interesses do clube foram alcançados.
Quando o tratamento de toda e qualquer indisciplina a atletas e outros funcionários, tiver a punição equivalente aos valores e privilégios que esses profissionais recebem, sendo essas punições publicamente comunicadas e servindo como exemplo claro de que o Flamengo tem comando.
Quando a liderança do clube estiver na mão de gente que não precisa, não aceita e não tolera nem mesmo a mais leve suspeita de que interesses pessoais, políticos ou profissionais sejam, nem em sonhos, conflitantes com os interesses do Flamengo.
Quando o trabalho de recuperação financeira e patrimonial do Flamengo for entregue a profissionais de ponta, sem nenhum compromisso pessoal com qualquer facção da política interna do clube e seu planejamento e as recomendações forem seguidas à risca, mesmo que isso signifique sacrificar um ano ou dois de conquistas para o time.
Quando o planejamento do Flamengo desenvolver um trabalho profissional e moderno de captação, através de olheiros recrutados entre os torcedores cadastrados, de promessas de jogadores nas periferias, nos cantos mais remotos e em cada buraco onde haja um campo de várzea e uma bola de futebol rolando.
Quando nenhuma crise pontual for mascarada com factóides lançados na imprensa para abafar a responsabilidade de ninguém pelos erros originais e quando houver alguém com moral, caráter e confiabilidade para dar a cara à tapa em cada um desses momentos e assumir tais erros e responsabilidades.
Quando só for permitido usar o manto a jogadores cuja hombridade, compromisso, projeto de vida, comportamento ético, situação pessoal/ familiar e ambição econômica sejam compatíveis com a grandeza do Flamengo.

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