COLUNA DE QUARTA FEIRA João Marcelo Maia
Chutes e pitacos
Planejando o que mesmo?
Torcida para quem precisa...
Leio no matutino de hoje que facções das organizadas invadiram ontem o treino para pedir a cabeça do Caio. Não para depois do Brasileiro, mas para agora. Sim, elas querem que o time domingo seja treinado pelo preparador físico (Ronaldo Torres) e pelo Andrade. Eu não consigo ver qual o sentido disso, mas vá lá. Eu até acho que a torcida cobra pouco o clube fora dos estádios, mas me pergunto sobre os métodos e a representatividade. Para os que não sabem, as organizadas "jovens" em boa parte do Brasil foram criadas por torcedores que se sentiam excluídos dos processos políticos do clube e desejavam combater desmandos de cartolas. Boa idéia. O problema é que, com o tempo, elas se transformaram nas únicas instâncias legítimas de representação da torcida, perante o clube e a mídia. E eu acho que só faremos pressão efetiva quando a cobrança for feita por torcedores "comuns", das mais diferentes formas, e não apenas com coros nos estádios. Como? Não tenho fórmula. Mas eu lembro da torcida do Bahia, que chegou a fazer uma grande passeata em Salvador uma vez. Quem tiver uma boa idéia, essa é a hora.
Uma nota melacólica
No mesmo matutino que leio sobre o treino confuso de ontem, vejo uma reportagem sobre a saída "do maior ídolo alvinegro" atualmente. Pois é, aquela figura que adora espezinhar o Flamengo como forma de pegar por osmose um pouco da nossa grandeza, está saindo do clube que treina no shopping decadente. Eu poderia lembrar esse campeão da ética chorosa que ele foi suspenso durante meses porque chutou a cabeça de um colega de profissão que estava no chão. Mas a própria reportagem me satisfez, ao escrever, sem ironia, que a maior conquista da figura foi o vice-campeonato da segunda divisão do Brasileiro em 2003. Os cães ladram, choram e chafurdam na mediocridade, mas a caravana rubro-negra segue em sua glória.
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