Os 10 Melhores Momentos do Ano - Uma Retrospectiva
Fala sério, galera. Estatísticas à parte, o ano de 2008 foi uma bela de uma merda pra torcida do Flamengo. Como sói acontecer com os paupérrimos e infelizes torcedores dos indignos timinhos-satélites do Sol Mengão, fomos nós que ingenuamente nos deixamos elevar às elevadas alturas das nossas justas pretensões. Para daquelas estratosféricas altitudes nos esborracharmos na concretude da nossa incapacidade. Não há rubronegro que se acostume com um destino miserável como esse, ou rubronegros não seríamos.
Como foi que nós, os mais malandros, mais famosos e mais bem vestidos da galáxia, terminamos desempenhando essa indigna coadjuvância nacional e continental durante o esquecível ano de 2008? A resposta é muito simples. Foi graças aos nossos raros e episódicos grandes momentos que criaram a atmosfera e fizeram surgir aquele espírito de esse ano vamos arrebentar. E cuja escassez assombrosa transformaram a tarefa de listá-los em um Pior Momento em si.
Confesso que ao revirar as agora já emboloradas memórias desse maledeto 2008 foi extremamente difícil relacionar 10 Melhores Momentos flamenguísticos. Não fossem os nossos tradicionais e minúsculos fregueses municipais, o auxilio prestimoso das mui nobres confrarias Fla-Bujica e Fla-26 e das não menos sangue-puro comunidades do Flamengo e Cerimônia Rubro-Negra no Orkut jamais conseguiria fazê-lo. Fica então registrado o meu agradecimento aos otários da arcoíris e aos citados bastiões do rubronegrismo racional.
Chega de caô e vamos à minha lista, que de qualquer maneira é apenas uma maneira pessoal de distorcer a realidade que o materialismo resume em mais uma Taça Guanabara, mais um Carioca, um 5º lugar no Brasileiro e a barração ignominiosa na Liberta 2009. Fique à vontade para distorcer a realidade ao seu gosto e faça a sua listinha aí nos comentários. Tenho convicção de que por maiores que sejam nossas divergências um desejo comum nos une: que o ano de 2009 seja muitas vezes melhor do que esse que se encerra daqui a menos de 24 horas.
1. Sai do Chão! Sai do Chão! A Torcida do Mengão!
Como iniciar uma lista positiva sem tecer as maiores loas possíveis à invencível Magnética? Como em todos os anos desde a chegada de D. João VI às terras brasileiras fomos os líderes incontestes em renda, público e empolgação, colocando várias voltas de vantagem sobre os segundos colocados nesses quesitos. Lotamos o Maracanã protocolarmente e não contentes com esse arroz com feijão tocamos o terror protagonizando espetaculares e ruidosas invasões ao Morumbicha, ao Mineirão, ao vergonhoso Parque Nacional em Montevidéu e ao não menos desimportante Alugadão do Engenho de Dentro em pleno sábado de Carnaval. Aliás, esse foi o único Flamengo x América do ano que se pode mencionar sem ranger os dentes. Valeu torcidão, nós somos mesmo fuderosos.
2. Taça Guanabara
Tudo bem, já tínhamos 17 iguais em nossa magnífica e bacanuda Sala de Troféus a côté du lac. Mas a conquista da 18ª TG veio acoplada a mais um Bicampeonato sobre a pobre mulambada alvinegra. O que conferiu um sabor todo especial a conquista.
3. Chororô do Foguinho
Nesse item não vou nem falar nada. Além de já ter explanado à exaustão sobre esse evento maior da dramaturgia futebolística (no subgênero comédia bufa) as imagens são de uma extraordinária eloqüência. Mico inesquecível e hilariante. Atenção à participação do nosso atual treinador, em um momento esqueçam o que eu disse clássico.
4. Trigésimo Campeonato Carioca
Demorou, mas finalmente atingimos a hegemonia em títulos Cariocas. Mesmo tendo começado só em 1915, com nosso 30º Carioca já estamos ombreados em numero de títulos aos afrescalhados tricolores, que começaram sua carreira de vergonhas e títulos roubados lá em 1902. E quem não gosta de ser campeão estadual e poder sacanear toda a vizinhança? Pelo segundo ano consecutivo estupramos os cães alvinegros, que lutam atiladamente para ser a segunda força do Rio. Mas até uma criança sem dentes tem consciência que ainda lhes falta muito para tal. Que sigam o exemplo do Vasco e ponham a cabeça no cepo no Carioca 2009. Se coadjuvarem o nosso Penta TRI pode até ser que consigam seu objetivo.
5. O Flor e a Retroalimentação Carnosa
Depois do Chororô e da renúncia de Bebeto de Freitas eu pensava que nada no âmbito esportivo fosse capaz de provocar acessos de riso tão violentos na população. Analisando retrospectivamente os fatos me pergunto como pude ser tão ingênuo? Como pude duvidar da infinita capacidade do time esquisitão dos 3 rebaixamentos em proporcionar alegria ao povão honesto e trabalhador. Foi delicioso e educativo assistir aos delírios continentais da boiolada pequeno burguesa foragida da Segunda Divisão se esfarelarem aos pés de Guérron, Cevallos e Liga dos Urubus. Destaque para a previsibilíssima amarelada do muquirana Thiago Neves, que se não fosse o experiente e imbatível Renight, sairia do Maracanã, transmutado por obra sua em cadafalso das flores, como o Fanfarrão do Ano. É Thiago Never, esse ano não deu, mas você ainda chega lá.
6. Mengão Perfurador x Coxinha
Exibição de gala do bólido iluminado Obina. O Flamengo esmigalhou o coxinha no Maraca, vingou uma goleada em passado remoto e deu a errônea impressão de que ninguém mais o segurava. A confiança e a marra da torcida atingiram níveis estratosféricos. Foi bom enquanto durou.
7. Flamengão x Genérico Setentrional
Há muito tempo não se via o time em seu melhor estilo deixa com a gente que nós somos o Flamengo. Aliás, cá pra nós, esse grupo aí seguiu essa tradição tão rubronegra raríssimas vezes. Debaixo de um aguaceiro dramático a torcida resolveu meter o gogó e virar um jogo duríssimo. Apesar de jogar contra um adversário nanométrico o gol só saiu no último minuto. Foi mais bonito que dinheiro novo.
8. Fuderosão x Porco
Segundo o gato-mestre PVC, foi a melhor exibição de um time em todo o ano no futebol brasileiro. Pena que não valeu porra nenhuma. Mas fica o consolo de termos esculachado com a porcaiada, com Luxemburgo e com quem botou a cara naquele domingo memorável. A letrinha do Ibson não se apagará das nossas lembranças jamais.
9. O Vice de Volta às Origens
José Newton já dizia “O que subiu tem que descer”. O bacalhau imundo até que enganou por muito tempo no meio dos grandes clubes. A máscara caiu, Renight caiu, Edmundo caiu, até o pião que tava trabalhando no alto da escada na pocilga caiu (foi o exímio motorista Edmundo que derrubou). Enfim, a mulambada da camisa feiona de São Janú caiu. Valeu, Roberto Dinamite, você cumpriu o que prometeu em sua campanha e levou o Vice de volta ao lugar que lhe é de direito. Já era mesmo hora de se restabelecer a moralidade no futebol brasileiro.
10. Leonardo Presidente do Flamengo
Por enquanto foi só uma entrevista e um exagerado oba-oba. Mas a revelação de que Leonardo pretende presidir o Mais Querido depois de cumprir seu ciclo de funcionário no nosso genérico milanês encheu os machucados corações rubronegros de esperança. Será que iniciaremos com ele um novo estágio de profissionalismo e títulos à mancheia para o Fuderosão? Só o tempo dirá. A torcida ele já ganhou, agora ele só precisa ganhar os votos dos sócios que estejam com as mensalidades em dia. Pena que não será nas eleições de 2009.
Mengão Sempre
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