quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
COLUNA DE QUARTA FEIRA João Marcelo Maia
2009, o ano que não deveria começar
Escrevo no último dia de 2008, ano que prometia grandes coisas para os rubro-negros, mas que terminou de forma decepcionante. Depois do clímax que foi a arrancada de 2007, este ano que ora finda foi uma sequência de brochadas nos momentos mais decisivos, quando o otimismo grassava e a torcida acreditava como nunca. Mas, em se tratando do Flamengo atual, tudo pode piorar.
Conseguimos algo inédito neste ano: destruir o natural otimismo que marca os últimos dias do calendário. Explico-me. Nunca antes na história deste país vimos um clube decepcionar tanto mesmo depois que a bola pára de rolar e tudo que resta aos torcedores é especular. Anteriormente, o time até podia estar lutando contra o rebaixamento, mas depois de terminado o campeonato, ouvíamos promessas de grandes contratações, ousadas parcerias e um futuro brilhante para os flamengos. Podia ser cascata - em geral era -, mas funcionava ao menos para nos alegrarmos um pouco com as pirotecnias ("vamos contratar o Seedorf", lembram?) e desopilarmos o fígado. Agora, nos roubaram até isso. Vamos relembrar?
Começou com o caso Ronaldo, que serviu para o clube ser motivo de chacota em todo o país. O sujeito se aproveitou do clube como um genro vagabundo que passa anos filando cerveja do sogro e comendo a moça da casa para terminar casando com a filha da vizinha do 708. Por mais que o genro seja um inútil, quem sai de otário é o sogro que abriu a geladeira. Não precisa ser Nelson Rodrigues para sacar isso. Depois tivemos a morna contratação de Cuca, um sujeito competente e gente fina, mas cuja coleção de troféus assemelha-se em grandeza ao salão de pinturas impressionistas francesas que mantenho na copa de casa. Para coroar, a ousada contratação de dois craques do Santo André. Para que mais, se "a boa base" que temos nos deu tanto este ano?
Finalmente, o breve caso Adriano-Flamengo, descartado pelo empresário do jogador com a mesma facilidade com que um impaciente pai ensina ao filho que ele não ganhará um transatlântico no Natal. Sabe aquele papo "essas crianças, sempre no mundo da lua!"?. Pois é. Poderia lembrar também das brigas políticas que teimam em aparecer nos jornais, como a nos lembrar que em 2009 teremos eleições. Temos um cenário perfeito para grandes confusões ano que vem, mas acredito que o sujeito que leu este texto até o fim não pretende exercitar uma futurologia tão pessimista justamente no dia 31 de dezembro.
Resta-me, portanto, desejar Feliz Ano Novo a todos os leitores do blog, com os votos de que estas últimas semanas de 2008 não sejam aperitivos do ano que está por vir. Quem sabe o Flamengo está brincando de Rocky Balboa, apanhando de forma inclemente para derrubar o fanfarrão da vez no último round? Assim esperamos.
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