COLUNA DE QUINTA-FEIRA - Raphael Perret
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Comemorações de dezembro
Junto com a decoração de Natal, com as mensagens que o gari põe na caixa de correio e com o novo disco de Roberto Carlos, chegou o mês de dezembro. Época de festas e confraternizações, de se fazer aqueles balanços de fim de ano e os projetos para os 365 dias vindouros. Para os rubro-negros, dezembro também representa momentos históricos, de muitas glórias e felicidade, e que merecem ser lembrados, sempre.
Foi em 3 de dezembro de 1978 que Rondinelli, soberano, irrompeu na área vascaína aos 41 do segundo tempo para completar um escanteio cobrado por Zico, marcar o gol da vitória e iniciar uma série de títulos para o Flamengo, dentre os quais as incomparáveis taças de campeão da Libertadores e do Mundial.
E por falar nisso, foi em 13 de dezembro de 1981 que o Flamengo, em 45 minutos, arrasou o Liverpool em Tóquio, ao fazer 3 a 0 na eterna vitória que pôs o clube no trono de melhor time do planeta.
Mesmo que o título mundial viesse em outro mês, aquele dezembro de 1981 já teria sido histórico. Na decisão do campeonato carioca contra o maior rival, no dia 6, o Flamengo vencia por 2 a 1 e, para esfriar a reação adversária, o ladrilheiro Roberto Passos Pereira entrou em campo e atrapalhou os planos vascaínos.
Como se precisassem de mais subsídios para entrarem para a história, 6 e 13 de dezembro também foram dias de outra grande conquista rubro-negra, desta vez em 1987. Nesses dois domingos, o Flamengo empatou com o Internacional em 1 a 1 no Beira-Rio e, depois, venceu por 1 a 0 no Maracanã, sagrando-se tetracampeão brasileiro. E esse timaço tetracampeão seria a base da seleção tetracampeã mundial em 1994.
Dois anos depois, em um dia 2 de dezembro, um momento não exatamente feliz, porém emocionante e definitivo. Em uma goleada sobre o Fluminense em Juiz de Fora, por 5 a 0, Zico se despede oficialmente dos gramados. Não sem antes, é claro, deixar a sua marca registrada: um golaço de falta, que deixou orgulhoso até o goleiro adversário.
Já nos anos 90, um "senhor" de cabelos brancos, com 37 anos, famoso por ser um dos melhores laterais que o Brasil já teve, comandava o meio-campo rubro-negro, e foi premiado com uma atuação de gala na decisão do Campeonato Carioca de 1991, vencida pelo Flamengo por 4 a 2 sobre o Fluminense. Júnior fechou a goleada no dia 19 de dezembro de 1991, e avisava a todos que, dali, o Flamengo iria atrás do título brasileiro, obtido no primeiro semestre do ano seguinte.
A última grande conquista dezembrina do Flamengo veio em 1999, e em âmbito sul-americano. Desacreditado e em crise após a saída conturbada de Romário, o time, formado por muitos jovens, disputou a Copa Mercosul contra o Palmeiras em dois jogaços: vitória por 4 a 3 no Maracanã e empate em 3 a 3 no Palestra Itália. Foi o último título internacional do Flamengo, conquistado em dois combates realizados nos dias 16 e 20 de dezembro de 1999.
Citei aqui apenas as lembranças que tenho de grandes vitórias do Flamengo no último mês do ano, mas tenho certeza de que, na história centenária do clube, muitas glórias foram alcançadas em outros dezembros. Não vejo a hora desta tradição ser retomada. Afinal, somar a alegria das festas de fim de ano à euforia de um título não tem preço.
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Recordar é viver - Reveja:
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Trinta anos esta noite - fui ontem à exibição do filme "Deus da Raça", no Cine Glória, para comemorar os 30 anos do golaço de Rondinelli. Noite de emoção no Rio de Janeiro, com a presença de ex-jogadores como Manguito (companheiro de Rondinelli na zaga), Júlio Cesar (o "Uri Geller"), o ex-goleiro Zé Carlos e muitos outros que honraram o Manto Sagrado com dignidade. A maioria não acompanhei em ação, mas a devoção com que os torcedores encaravam os ex-jogadores era de arrepiar e deixava claro que, ali, estavam verdadeiros ídolos da história do Flamengo.
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Epílogo - reviver o passado é fundamental. Mas é triste ter que ser nostálgico para poder sorrir um pouco.
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