sexta-feira, 14 de novembro de 2008

COLUNA DE SEXTA-FEIRA - André Monnerat

2007 x 2008

Mais ou menos à mesma altura do Brasileiro do ano passado, o Flamengo também enfrentava o time de Luxemburgo no Maracanã, em um confronto direto pela vaga na Libertadores. A situação não é exatamente a mesma; na época, o Santos de Wanderley estava mais tranquilo, com a classificação quase assegurada, o que não é o caso do Palmeiras 2008. Mas a diferença mais interessante de se verificar é no comportamento da torcida rubro-negra.


Em 2007, o Flamengo x Santos era jogo para mais uma das sucessivas quebras de recorde de público do campeonato. Era um momento de enorme empolgação e confiança no time que, ao conseguir a difícil vitória por 1x0, gol de Souza, chegou à terceira colocação no campeonato. 

Este ano, as filas são modestas nas bilheterias e, ao que parece, o Maracanã receberá um público parecido com o do jogo contra a Portuguesa - entre 40 e 50 mil pessoas. Marca respeitável. Mas o espírito não é o mesmo.

É interessante a comparação entre as médias de público do ano passado e deste ano: praticamente idênticas. O Flamengo terminou 2007 com a média de 39.221 pagantes por partida; este ano, está em 39.964. Mas, no ano passado, o Flamengo passou dos 60 mil pagantes no estádio por 5 vezes, no momento em que o time engrenou na arrancada para a Libertadores; este ano, isso aconteceu apenas em 2 jogos. Ou seja: a boa média atual mostra uma regularidade na presença da torcida, mesmo quando a empolgação não está lá em cima. O rubro-negro reaprendeu a ir ao Maracanã. Imagine se o time conseguisse embalar!

E aí é que está. No ano passado, o limitado time de Joel era péssimo fora de casa. Mas, no Maracanã, com a força que vinha da arquibancada, as vitórias eram praticamente certas. Já o time atual, com mais recursos técnicos, até se vira sem a torcida longe do Rio, mas parece não saber capitalizar o apoio do público quando joga em casa. E nessa, ao sentir que não está fazendo a diferença, a torcida parece não se dispôr a jogar junto da mesma maneira.

Sabia-se o que esperar do time em 2007 - enquanto, este ano, tudo é incerto no Flamengo. O time de Joel, ano passado, era muito mais formado do que o de Caio Júnior neste ano - apesar de ter sido montado em menos tempo, também com peças chegando no meio da competição. Este ano, não dá pra saber se vai vir uma atuação de gala ou um vexame retumbante; um time indo pra cima ou cozinhando a partida em banho-maria. Daí também a incerteza da massa em lotar o estádio. "Maracanã domingo? Sei lá..."

E é por não ir confiante ao estádio que a torcida recorre às vaias nos momentos mais difíceis. Em 2007, havia a mentalidade de que a Nação era parte da campanha e que, ao cantar nas horas complicadas, fazia o time ganhar forças para buscar o resultado. Mas esta equipe, este ano, já decepcionou mais de uma vez. Muitos já vão ao estádio achando que "não vai dar certo". O espírito é outro. E não adianta Caio Júnior e comandados pedirem em entrevistas outro comportamento - Joel não precisou pedir pra torcida gritar o seu nome. Quando o time passar confiança, a torcida vai confiar. É simples assim e não adianta brigar com isso.

30/11 é dia de Flamengo x Goiás no Maracanã. Pode ser a data da quebra do recorde de público do campeonato. Depende e muito do que o time fizer neste domingo.

• André Monnerat é profissional de marketing em Internet, acreditava mais no time ano passado e escreve também no SobreFlamengo.

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