COLUNA DE QUARTA FEIRA João Marcelo Maia
Chutes e pitacos
Às vezes, acho que a loucura e o desvario são características normais nos homens que mandam no Flamengo hoje. Segue abaixo alguma evidência para provar essa frase.
Nosso presidente diz que o problema do time é a falta de arrogância. Impressão minha ou Mário Braga está dizendo que o time deveria espelhar seu desequilíbrio para ser vencedor? O sujeito acredita que a sua arrogância é uma qualidade da instituição Flamengo, o que traduz uma notável incapacidade do presidente de ver o clube como algo diferente de sua própria personalidade. O Flamengo nunca foi arrogante, mas sim orgulhoso e cioso de sua História. São coisas completamente diferentes.
O técnico Caio Jr. sonha com o dia em que a torcida irá gritar seu nome em coro. Peraí, por que não sonhar com a Libertadores, com o Mundial, com o Brasileiro e com seu nome marcado na história do clube? Qualquer Lula Ferreira já teve seu nome gritado pela torcida. Impressão minha ou nosso comandante confunde a grandeza do clube com seus pequeninos sonhos de satisfação pessoal? Um técnico do Flamengo não é uma pessoa física, mas um representante autorizado que deve sempre trabalhar para o clube. As suas glórias pessoas devem ser derivações das conquistas, e não objetivos principais do treineiro.
Abro o jornal e leio que Renato Gaúcho foi cogitado para técnico do Flamengo. Essa notícia atinge as raias do desvario psíquico. Por que diabos um treineiro que não serve para times como o Fluminense e o Vasco serviria para o Clube de Regatas Flamengo? Ao que me consta, o currículo de Renato tem uma Copa do Brasil (esse grandioso título que parece conferir imunidade a quem o conquista), várias ameaças de rebaixamento e um descenso efetivo. Fora do Rio de Janeiro, não me consta que o treineiro tenha muita credibilidade. Não me basta a não contratação de Renato. O simples fato do nome ser cogitado já é indício suficiente para atestar o grau de insanidade que marca nossos dirigentes.
Uma coisa é certa: ser Flamengo é emocionante. Ganhando ou perdendo, cada dia traz uma supresa maior para o torcedor, que nunca cansa de se espantar com a dimensão da loucura que caracteriza os dirigentes.
|