COLUNA DE SEGUNDA-FEIRA - Herminio Correa
A última rodada surpreendeu até o mais eufórico e confiante rubro negro e não seria para menos. Com boa atuação e um resultado expressivo, além de uma combinação de resultados muito favorável de dois de nossos concorrentes diretos na disputa, é natural que o torcedor recomece a sonhar com o título, ainda que essa tarefa exija do Flamengo uma superação comparável à surpreendente arrancada do ano anterior. E ponderem, afirmar que o título ainda seja tarefa difícil não significa de maneira alguma dizer que é impossível. E por isso mesmo escrevo algumas razões para que o torcedor alimente suas esperanças e torça como nunca pela conquista do hexacampeonato.
· Líder do segundo turno – Sim, mesmo jogando um futebol discutível na maioria das partidas, temos a melhor campanha entre as 20 equipes nessa segunda metade do campeonato. E a exibição de quinta é a prova de que esse time sabe jogar bola, tem potencial. E já que dizem que futebol é momento vamos confiar que o Flamengo possa enfim ter reencontrado seu bom futebol e continue firme, somando pontos.
· Campanha fora de casa – Uma máxima entre os profissionais da imprensa esportiva sobre o campeonato brasileiro é a de que a campanha da equipe fora de casa muitas vezes é decisiva para a conquista de um campeonato de pontos corridos. E novamente o Flamengo surge como líder, com um aproveitamento de 51,11% dos pontos disputados fora, sendo que no segundo turno esse aproveitamento é ainda maior, 61,11%. Nessa reta final, onde ganhar é imprescindível seja dentro ou fora de casa, é importante não se afastar desse desempenho.
· Melhor ataque da competição – Mesmo com tantos problemas ao longo do campeonato, sem um armador de ofício, testando tantas opções para ocupar a vaga de atacante titular, temos o melhor ataque da competição. Isso representa o resgate de uma vocação do futebol do Flamengo e algo emblemática pode envolver a questão: Em anos em que o Mengão chegou, o desempenho do ataque foi decisivo. Alguns números comprovam isso já que tivemos o melhor ataque em dois anos (casos de 1980 e 1983) e segundo melhor ataque em quatro (casos de 1976, 1982, 1987 e 1992). Ou seja, ano de título é ano de bom desempenho do ataque Rubro Negro. Que a regra não falhe.
De qualquer forma a atenção deve sempre ser máxima para a próxima partida. Esses números mostram que há uma regularidade e há pontos positivos na campanha até o momento, mas ainda não os números necessários para garantir o título. A diferença para o líder ainda é considerável e para ser descontada depende de dois fatores: Manter o foco nas vitórias e torcida para os tropeços dos adversários.
A partida contra o Vitória é a “final” da vez. A equipe baiana teve apenas duas derrotas dentro de casa, exatamente contra Cruzeiro e São Paulo. Portanto é importante concentração e superação nessa partida. Não tenho dúvidas de que os jogadores do Flamengo estejam motivados e ligados para esse confronto, mas é fundamental para as pretensões da equipe que os três pontos sejam conquistados, ainda mais com a perspectiva de que os resultados de nossos adversários possam novamente ser favoráveis nessa rodada.
A verdade é que falta muito pouco. Apenas mais sete rodadas e tudo estará definido. Peço licença ao amigo Moraes que em seu site (www.historiadetorcedor.com.br) sabiamente descreve qual deve ser o espírito dos jogadores do Flamengo para esse momento de decisão: “Hora do coração, do pulmão, do sangue, literalmente de exaurir todo o sangue. Essa é a hora de beijar a camisa; de beijar o escudo. De mostrar que vocês são "os caras". Que tão honrando a camisa. Que são agradecidos a quem lhes dá emprego e que lhes pagam e principalmente, porque estarão fazendo 34 milhões de pessoas felizes. Vocês nem podem imaginar o que será pra carreira de vocês serem hexacampeões pelo Flamengo”.
É assim mesmo, sem euforia, sem menosprezo. Com a faca entre os dentes e os corações de milhões de Flamenguistas espalhados pelo mundo afora, disputando cada uma dessas sete finais.
E a próxima, é quarta.
Até segunda e saudações rubro-negras, sempre!
|