Os créditos do título desse post são de Ronaldo Angelim. Com sua sinceridade crua, o zagueiro fez um bom resumo do jogo. Faltou apenas dizer - e é óbvio que ele não diria isso - que o técnico Caio Junior errou. E errou muito.
A começar pela escalação. Tão essencial quanto fazer gols é não sofrê-los. Num time que de antemão tinha dois sérios desfalques, Juan e Fabio Luciano, o ideal seria mexer o menos possível, para preservar a estrutura defensiva da equipe. Nesse aspecto, Luizinho - mesmo improvisado - seria uma opção mais lógica para compensar o setor que já tinha um jogador sem ritmo de jogo (Dininho). O Flamengo, claro, renunciaria a atacar com uma ala, mas deixaria a defesa como um todo mais protegida para que outros jogadores pudessem criar.
Caio optou por improvisar Sambueza, que nem conseguiu criar naquele espaço de campo, nem conseguiu defender. Kleberson, a quem caberia um pouco mais de liberdade para criar jogadas, pouco apareceu e deu espaços para o Atlético-MG trabalhar.
Mas aí veio o segundo erro de Caio. Leu mal o problema da equipe, que estava vulnerável pelo lado de Léo Moura, onde havia um ponta bem aberto, com jogadas de velocidade, forçando a saída de Jailton.
Ao tentar corrigir um problema, muito mais de posicionamento do que individual, Caio fez uma substituição arriscada, promovendo a entrada de Erick Flores, um jogador ainda inexperiente para assumir a responsabilidade de ser a solução. Num jogo como esse, em que o Flamengo tinha a obrigação da vitória, a primeira coisa a fazer seria estabilizar a equipe, acabando com os perigosos contra-ataques do adversário. Afinal, quanto mais vulnerável estivesse a equipe, maiores as chances de sofrer um segundo gol e de perder o jogo.
Ao sofrer o 1 a 0, naturalmente a equipe avança e Ibson começou a aparecer mais. A equipe teve um espasmo de melhora. Apenas um espasmo. Poderia ter aberto o placar se a arbitragem assinalasse um penalti claro, bem no final do primeiro tempo.
Na volta do vestiário, a desorganização da equipe era visível. Os contra-ataques do Galo, cada vez mais perigosos, aconteciam um atrás do outro e parecia questão de tempo o segundo gol dos mineiros. Naquela altura, só mesmo uma jogada isolada para surgir um gol, despertar a torcida, atordoar os visitantes, mudar o panorama. Mas o Galo marcou o segundo e praticamente definiu a partida. As substituições seguintes apenas acentuaram a desordem. Não fosse Bruno, seria goleada histórica. É um dos poucos que merecem nota (quatro, de 0 a 5). O restante da equipe, melhor não avaliar. Definitivamente, uma atuação coletiva e individual para ser esquecida.
O maior risco de uma derrota como essa é a desmobilização, da torcida e da equipe. Agora, o título é mais improvável do que já era antes mesmo do apito inicial.. Mas a vaga na Libertadores ainda é muito possível.
Se dirigentes, comissão técnica, elenco e, principalmente, a torcida, conseguirem conviver com essa decepção e realinhar as expectativas, as chances ainda são boas. Implodir tudo agora é caminho certo para o fracasso.
FICHA TÉCNICA (fonte: lancenet!)
FLAMENGO 0 X 3 ATLÉTICO-MG
Estádio: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Data/hora: 11/10/08 - 18h20
Árbitro: Paulo Cesar Oliveira (Fifa-SP)
Auxiliares: Ednilson Corona (Fifa-SP) e Carlos Augusto Nogueira Junior (SP)
Renda/público: R$ 1.545,250 / 77.387 pagantes
Cartões Amarelos: Sambueza e Jaílton (FLA); Pedro Paulo, Rafael Miranda e Juninho (ATL)
GOLS: Castillo, 31'/1ºT (0-1); Renan Oliveira, 20'/2ºT (0-2); Leandro Almeida, 29'/2ºT (0-3)
FLAMENGO: Bruno, Léo Moura, Dininho, Ronaldo Angelim e Sambueza; Jailton, Toró, Kleberson (Eric Flores, 37'/1ºT) e Ibson (Maxi Biancucchi, 16'/2ºT)); Marcelinho Paraíba e Vandinho (Obina, 25'/2ºT). Técnico: Caio Júnior.
ATLÉTICO-MG: Juninho, Sheslon, Marcos, Leandro Almeida e César Prates; Serginho, Márcio Araújo, Elton (Rafael Miranda, 14'/2ºT) e Pedro Paulo (Tchô, 31'/2ºT); Renan Oliveira (Petkovic, 34'/2ºT) e Castillo. Técnico: Marcelo Oliveira.
* Corrigido, por observação de André Cardoso
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