Radiografia de uma comemoração
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Com a saída de Ibson, o papel de distribuir jogo e criar jogadas ficaria com quatro "meias" (os alas Léo Moura e Juan e os canhotos Sambueza e Marcelinho Paraíba), cabendo a Kleberson, junto com os três zagueiros, a função de recuperar as bolas no campo de defesa e devolvê-las repidamente à linha de criação. Deu certo. Discordo, aliás, de quem diz que o treinador está "perdidinho". Quem repete uma escalação três vezes, contrariando certas predileções de parte da torcida, está mesmo perdido ou seguindo suas convicções?
Vandinho marcou e Obina, um dos "preteridos" com a chegada de reforços, foi atrás do concorrente feliz da vida, para celebrar junto, ao mesmo tempo em que Caio Junior e a comissão técnica quebravam qualquer protocolo. Todos correram para o abraço, dos novatos aos velhos de guerra da Gávea: Fierro e Toró, para citar apenas dois símbolos desse suposto antagonismo.
Uma observação. Em qualquer grupo de pessoas que trabalham juntas, o ambiente está sempre sujeito a pequenos focos de insatisfação. É claro que, no Flamengo ou na sua empresa, todos têm seus objetivos particulares e, sem exceção, lutam por seu espaço. Até aí, nada de anormal.
Se o clube será campeão, ainda não sabemos - e a matemática pouco recomenda qualquer oba-oba. Mas ontem, debaixo de um verdadeiro dilúvio, o time mostrou um dos mais valorosos pré-requisitos. Futebol competitivo e obstinação, aliás, não aparecem em grupos sem comando.
O resto é bla-bla-bla.
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