domingo, 28 de setembro de 2008

Radiografia de uma comemoração
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O assunto, ou um dos assuntos do dia, é a insatisfação que Ibson demonstrou ao sair de campo. Aliás, vou fugir do tema que abordo neste post para discordar da maioria. Caio Junior acertou na substituição. Não que Ibson estivesse mal na partida, pelo contrário, mas ele já demonstrava um certo cansaço físico e mental (aquele chute a gol, fraquinho, foi um sinal) e seu volume de jogo já dava sinais de improdutividade. Kleberson, mesmo sem aparecer muito, dava conta do recado como primeiro volante e mostrava rapidez na saída de bola.

Com a saída de Ibson, o papel de distribuir jogo e criar jogadas ficaria com quatro "meias" (os alas Léo Moura e Juan e os canhotos Sambueza e Marcelinho Paraíba), cabendo a Kleberson, junto com os três zagueiros, a função de recuperar as bolas no campo de defesa e devolvê-las repidamente à linha de criação. Deu certo. Discordo, aliás, de quem diz que o treinador está "perdidinho". Quem repete uma escalação três vezes, contrariando certas predileções de parte da torcida, está mesmo perdido ou seguindo suas convicções?

Mas meu assunto é outro. Numa semana em que proliferaram as versões de clima de insatisfação, panelinhas e desunião na Gávea - alimentadas por uma entrevista do agora corintiano Cristian -, a comemoração do gol da virada foi um tapa de luva de pelica.

Vandinho marcou e Obina, um dos "preteridos" com a chegada de reforços, foi atrás do concorrente feliz da vida, para celebrar junto, ao mesmo tempo em que Caio Junior e a comissão técnica quebravam qualquer protocolo. Todos correram para o abraço, dos novatos aos velhos de guerra da Gávea: Fierro e Toró, para citar apenas dois símbolos desse suposto antagonismo.

Uma observação. Em qualquer grupo de pessoas que trabalham juntas, o ambiente está sempre sujeito a pequenos focos de insatisfação. É claro que, no Flamengo ou na sua empresa, todos têm seus objetivos particulares e, sem exceção, lutam por seu espaço. Até aí, nada de anormal.

Não frequento o dia-a-dia da Gávea, mas ontem, no Maraca, foi notável a raça e a doação dos 14 jogadores, buscando o tempo todo superar a marcação firme e o antijogo do Sport (que contou com uma certa complacência do árbitro), assim como as condições do campo comprometidas pelo aguaceiro - afinal, com tanta chuva, é preciso mais esforço e atenção para correr e acertar os passes.

Desculpem minha prolixidade, mas devem ser justamente essa disposição e, sobretudo, esse espírito de equipe os destaques rubro-negros desta 27a rodada.

Se o clube será campeão, ainda não sabemos - e a matemática pouco recomenda qualquer oba-oba. Mas ontem, debaixo de um verdadeiro dilúvio, o time mostrou um dos mais valorosos pré-requisitos. Futebol competitivo e obstinação, aliás, não aparecem em grupos sem comando.

O resto é bla-bla-bla.

Flamengo Net

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