Arrisco dizer que Caio ainda não definiu nada. Nem o esquema tático nem o time que entra em campo. E a dúvida dele procede.
Sem Vandinho em campo, os três zagueiros sãopaulinos podem ficar sem função, sem ter a quem marcar. Com Airton, o Flamengo seria mais combativo e jogaria no contra-ataque. A zona de meio-campo ficaria com uma imensa densidade demográfica. Everton (ou Sambueza) teria menos obrigações defensivas e partiria com a bola dominada para fazer dois-um pelo lado esquerdo de campo. A finalização das jogadas de velocidade viria de homens como Paraíba, Kleberson, Léo Moura ou Ibson. Pelo lado direito, as jogadas podem sair com Léo Moura e Kleberson. O último chute caberia a Paraíba, Everton (Sambueza), Ibson ou Juan.
Pelo que se leu, Sambueza teve um desempenho tão admirável que, na segunda parte do treino, foi testado no time titular. E com sucesso. Jogou na posição de Everton, que fez o papel de ala enquanto Juan aproveitava a folga. É óbvio que o titular retoma a posição. Mais uma dúvida: Everton ou Sambueza? Um dos dois ficará como trunfo para o segundo tempo.
O meu palpite, e com evidentes probabilidades de erro, é que Caio Junior vai tentar ganhar o meio-campo, tanto numérica como tecnicamente. Uma das fraquezas do São Paulo é a falta de um meia de qualidade - até hoje eles choram a perda de Danilo. Sem tanta inteligência no meio, a tendência é que o tricolor paulista tenha que usar os lados para ter saída de jogo, com muita ligação direta e lançamentos para Dagoberto tentar chegar ao fundo. Com três zagueiros e a parede no meio, o Flamengo pode ganhar essa disputa e sair rápido para os contra-ataques pelos lados. A partida, por outro lado, pode fica feia, muito congestionada, num primeiro tempo de estudo e poucos riscos.
Com tantas opções, o treinador tem a chamada "dor de cabeça boa". Dispõe de várias possibilidades para montar o time. Pode escolher os atletas mais adequados para enfrentar uma equipe que combina força física e aplicação tática para impor um futebol que busca a bola parada, muito bem aproveitada por por jogadores altos e também pelo seu exímio cobrador de faltas.
Fica a torcida para que Caio acerte. Que use um onze cauteloso, sim, mas sem renunciar ao ataque. Do contrário, talvez precisem de analgésicos os mais de 10 mil rubro-negros esperados no Morumbi.
Que nossas cartelas de comprimidos fiquem intactas.
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