quarta-feira, 3 de setembro de 2008


COLUNA DE QUARTA-FEIRA João Marcelo Maia

Chutes e pitacos
Estive ausente por vários dias deste espaço, mas não deixei de conferir o blog. Pude perceber o quanto ele é um espaço importante para os que moram fora do Brasil e não encontram certas informações e análises nos sites de notícia. Uma coisa é ler entrevistas e resenhas de partidas, outra é sentir o pulso da torcida, os detalhes, as reclamações e a "cornetagem". Muito bom. Mas e o nosso Mengo?

Bruno
Já se falou quase tudo sobre nosso arqueiro. De fato, é um dos mais técnicos do Brasil, e já nos salvou algumas vezes. Mas é irregular, no que me lembra Júlio César, outro a quem devemos muito. JC também tem uma pequena folha corrida de acidentes de percurso, que pareciam motivados por desequilíbrio emocional. Quem não se lembra daquele Flamengo e Atlético-PR na Arena, quando quase conseguimos uma vitória? Ou da saída desembestada no Fla-Flu em que perdemos de 4 a 1? Eu não sei se esse é o problema do Bruno. No fundo, tudo indica excesso de auto-confiança. Sinto falta de outra qualidade do Bruno, que não tem aparecido muito: sua saída de bola, que me chamou atenção logo no primeiro jogo no qual o vi em ação. Por que não treinar mais essa opção? Além dele, só o Hélton era tão bom na reposição com as mãos.

Do mito do desmonte
Ninguém se assuste com esse subtítulo. É claro que compartilho da opinião de que as saídas de Renato Augusto e Marcinho prejudicaram muito a equipe. Mas estão construindo um certo mito segundo o qual tínhamos um time excelente, cuja queda de desempenho só pode ser explicada pelo desmonte do ataque. E isso não é verdade. Antes da saída dos dois citados, tínhamos feito um jogo ruim contra o Grêmio e tomado uma goleada no Maracanã do São Paulo, dois dos times que foram para cima da tabela logo depois. Contra os reservas do Flu, uma magra vitória. Contra um Atlético-MG na zona de rebaixamento, um empate. Em resumo: mesmo com o time completo, alguns problemas se avizinhavam, e havia sinais disso. Com o crescimento de outras equipes ao longo do campeonato, poderíamos enfrentar grandes dificuldades, até pela ausência de boas opções no meio e na frente.

Da reposição de jogadores
Alguém disse recentemente que o Flamengo está montando um ótimo time para 2009. Realmente, já passamos da metade do campeonato, e estamos a 11 pontos do líder. Sinceramente, o hexa está bem distante, embora a Libertadores nem tanto. Sei que o clube precisava de caixa para se fortalecer, mas não custava deixar engatilhado algumas opções? O São Paulo já deixava alguns reforços treinarem em separado até antes do fechamento de negócio, como estratégia para reduzir o tempo entre a saída de um titular e o entrosamento do novo reforço.

Do eterno oba-oba
Certas coisas parecem indissociáveis do Flamengo, seja quem estiver na direção e no comando do futebol. Depois de uma partida, já leio em alguns sites a respeito do entusiasmo por Éverton, tratado como uma espécie de novo craque. Precisa de tudo isso? O cara não tem nem 20 anos, está começando a morar no Rio, estranhou o assédio da imprensa e já querem jogar nas suas costas o manto de novo gênio do futebol? Já perdi as contas de quantas vezes vi isso acontecer na Gávea. Ou ninguém lembra do Valter Minhoca, incensado após dois lances de efeito num jogo do Maracanã? Não acho que Everton seja um novo Minhoca, mas precisamos ir com tanta sede ao pote?

Do campeonato em si
Não sei quanto a vocês, mas eu acho um pouco obsceno que Celso Roth seja campeão brasileiro. Mas o futebol praticado no patropi anda tão estranho que isto talvez nem pareça tão bizarro assim.

Do pesadelo das janelas
Juan foi convocado para a seleção. A janela das Arábias só fecha em setembro. Não sei não, mas me deu uma sensação ruim ao saber disso.

Flamengo Net

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