COLUNA DE SÁBADO - Mauricio Neves
Passo firme
Perdemos. Em nenhum dos noventa e quatro minutos o resultado pôde ser justificado, exceto pelo imponderável do jogo, pela natureza traiçoeira da bola. Um lance monitorado, dominado até, mas ela se desvia no meio do caminho e entra, um revés. Não abalou o time. Até o final conseguiu-se atacar, recompor-se defensivamente, retomar a bola, atacar, recompor-se, retomar, atacar. E é o jogo, recomposição, retomada e ataque.
O resultado esteve perto de acontecer, na investida de Jônatas, na virada de Obina, no chute cruzado de Juan invertido lá na direita. Perdemos porque se perde mesmo, o campeonato é longo e o sucesso depende de perder sem se abalar, de perder o jogo e não o foco, de perder uma noite e não o passo de todo dia.
O passo. É o que será testado amanhã à noitinha no velho palco. Um adversário qualificado, atesta a classificação. Ideal para uma resposta categórica à noite fria do Alto da Glória, para mostrar que se perde, sim, e se ganha na mesma toada. A bola desvia, um jogador vai embora, o jogo que fluía já não encaixa. É a vida. Ao final serão apenas obstáculos que foram superados pelo passo firme do time campeão.
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