quinta-feira, 10 de julho de 2008

COLUNA DE QUINTA-FEIRA - Raphael Perret

Sem Renato Augusto. Mais uma vez

As reações à saída de Renato Augusto foram as mais diferentes possíveis. Ao mesmo tempo em que uns deram de ombros para a saída do camisa 10, outros torcedores lamentam e vêem diminuídas as chances do hexacampeonato.

Calma, gente! Não há motivos para pânico. Nem se pode dizer que a negociação foi surpreendente, conforme o Juan (não o lateral, mas o nosso companheiro e administrador do blog) já escreveu em um texto em que matou a pau.

Estamos falando de um jogador promissor. No pouco que jogou, mostrou talento e qualidade que muitos atletas do próprio Flamengo não conseguem demonstrar. O problema está na expressão “pouco que jogou”. Renato, um pouco pelo tipo físico, um pouco pelo azar, não conseguiu uma seqüência de jogos capaz de confirmar sua transformação de promessa em grande jogador.

É certo que Renato Augusto mostrou ter personalidade e capacidade de decisão: era pouco conhecido quando jogou as duas partidas da final da Copa do Brasil de 2006, e fez um gol histórico sobre o Botafogo, na decisão do Estadual de 2007. Mas seu entra-e-sai do time titular forçou o Flamengo, infelizmente, a levar a vida sem ele. Por acaso ou não, desta forma o time demonstrou ganhar e até jogar bem.

A saída de Renato é lamentável. O Flamengo só ganharia com ele. Mas não adianta chorar. A janela européia é um período determinante para o futuro dos times brasileiros, o que é comentado desde o início do campeonato. É claro que Renato Augusto era um dos alvos. Agora, é continuar sem ele. Ao que o Flamengo, bem ou mal, já estava um pouco acostumado.

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Derrotas - um número curioso tem o Flamengo em 2008. Das seis derrotas sofridas pelo time no ano, apenas uma foi fora de casa: contra o Nacional, de Montevidéu, pela Libertadores. As outras foram no Maracanã. Só duas contra times de fora: o América do México e o São Paulo. Ok, no Estadual o Flamengo só jogou no Maior do Mundo. Mas isso não é problema dos jogadores.

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Souza - contra o Náutico, com o jogo já ganho, Souza entrou no lugar de Obina. Sua função foi, simplesmente, segurar a bola no ataque. O desempenho foi ótimo. Se Souza tem uma qualidade, esta é a dificuldade que dá ao marcador de tirar-lhe a bola. Talvez tenhamos encontrado um papel para o grandalhão que adora rebater críticas dizendo que foi “artilheiro de campeonato brasileiro”. Dimba também foi.

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Atlético-MG - Obina, ontem, jogou melhor como armador do que atacante. Erick Flores, apesar de afobado, demonstrou qualidade. Fiquemos de olho. Mas que Deus seja piedoso e sempre nos dê condições de nunca mais termos um meio-campo com Jaílton, Toró, Jônatas e Kleberson. Até marcar o gol, o Flamengo dominou o jogo, mas depois só cozinhou. No segundo tempo, o Atlético veio com tudo e chegava com enorme facilidade na área do Mengão. Mesmo contra um time com quatro volantes. Sorte que temos Fábio Luciano. Fazia tempo em que eu não rezava pra um jogo do Flamengo acabar. Nas circunstâncias do jogo - pressão total, desfalques, vantagem na liderança - o empate não precisa ser lamentado.

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